Há muito que as marcas chinesas ganharam fama (e proveito…) de se “inspirarem” no design de automóveis de outros fabricantes, lançando no mercado modelos que são cópias descaradas de carros já existentes com outro símbolo e um preço muito mais em conta. Esta prática, cada vez menos tolerada noutras latitudes, caiu praticamente em desuso na última década. Mas, agora, há outro tipo de ‘imitação’ a tomar conta da indústria automóvel, o dos ‘clones’ oficiais.
Mitsubishi ASX vs. Renault Captur
A nova geração do Mitsubishi ASX é o mais recente caso de “badge engineering”, que como a expressão indica significa o relançamento de um modelo no mercado com o emblema de outro fabricante, podendo receber novos conteúdos ou não. Neste caso, o modelo é fruto da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi tendo por o Captur, sem tirar nem pôr.
Entre os poucos elementos diferenciadores, as jantes de 17 ou 18 polegadas com desenho específico, enquanto no interior só o volante é da Mitsubishi.
Toyota Corolla vs. Suzuki Swace
O Swace é o segundo modelo no portefólio da Suzuki a ser fornecido pela Toyota Motor Corporation sob um acordo de colaboração entre as duas empresas, numa estratégia de “badge engineering”.
Trata-se de uma carrinha híbrida ‘gémea’ do Corolla Touring Sports, construída na GA-C (Global Architecture-Compact), que é evolução da plataforma TNGA estreada em 2015, no Prius, e aproveitando as melhores caraterísticas do design da Toyota, com alterações estéticas na secção dianteira e com outro emblema. A motorização é a mesma 1.8 Hybrid de 122 cv da Toyota, ficando o 2 litros exclusivo do Corolla.
Mazda2 vs. Toyota Yaris
O Mazda 2 Hybrid, o primeiro híbrido ‘puro’ da marca de Hiroshima, é na verdade um Toyota ‘disfarçado’ e equipado com um sistema de propulsão combinado entre um motor elétrico de 80 CV (59kW) e um motor de combustão de 1.5 litros e três cilindros com 93 CV de ciclo Atkinson. De origem Toyota, pois claro.
Suzuki Across vs. Toyota RAV4
O SUV híbrido plug-in da Suzuki também é produto da marca japonesa com a Toyota, assento no modelo RAV4. O grupo propulsor do Suzuki Across conjuga um motor a gasolina de 2,5 litros com uma potência de 185 CV e um binário de 227 Nm e ainda dois motores elétricos (um por eixo) alimentados por uma bateria de iões de lítio de 18 kWh, arrefecida pelo mesmo líquido que arrefece o sistema de ar condicionado e localizada sob o piso no centro do veículo: ajudando na descida do centro de gravidade, na distribuição do peso entre os eixos e na estabilidade de condução.
O motor elétrico no eixo dianteiro desenvolve uma potência de 134 kW (182 CV) e 270 Nm de binário e está direcionado principalmente para a circulação em modo totalmente elétrico. Enquanto o motor elétrico traseiro oferece 40 kW (54 CV) de potência e um binário de 121 Nm e é acionado automaticamente no funcionamento no modo 4×4.
A Subaru não vende automóveis em Portugal, mas noutros mercados fora do Velho Continente a marca japonesa continua presente com gama diversificada de modelos, incluindo o desportivo BRZ, coupé de 2+2 lugares, que não é mais do que um Toyota GR 86 com os emblemas da Subaru.
O motor também é o mesmo 2.4 litros atmosférico de quatro cilindros boxer, a debitar os mesmos 228 cv e 249 Nm do GR 86, mas a Toyota reivindica para o Toyota um “feeling” de condução marcadamente diferenciado.
