Em 2024, chegaram às estradas portuguesas 209.715 novos automóveis ligeiros, o que representa um aumento de 5,1%, e deste total, 20% foram automóveis elétricos. Ou seja, um em cada carro novo vendido em Portugal era 100% elétrico (BEV).
No seu balanço anual do mercado, a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) sublinha que, “os veículos movidos a energias alternativas continuam a liderar as matrículas dos automóveis ligeiros de passageiros novos, representando um peso de 57 por cento”.
“Destaque – diz a associação do setor – para os veículos elétricos (BEV), com 41.757 matrículas nos ligeiros de passageiros, o que representa 20 por cento do total de ligeiros de passageiros matriculados. Ainda nesta categoria, o último mês de 2024 registou um recorde de matrículas (5.142), tendo sido o primeiro mês em que se atingiram valores na casa das 5.000 unidades”.
Portugal é mesmo o sexto país da União Europeia em que a penetração dos automóveis elétricos é maior, com 19,9%, numa lista liderada pela Dinamarca, com 51%. A Noruega, o país do mundo onde a penetração dos veículos elétricos é maior, com 89%, não pertence à UE.Contudo, os automóveis 100% elétricos ainda representam apenas 3% do parque automóvel nacional, onde 1,5 milhões de veículos tem mais de 20 anos. “o parque automóvel português continua a apresentar números pouco sustentáveis”, diz o secretário-geral da ACAP.
Também as matrículas de carros usados importados aumentaram o ano passado, com mais 33,7% do que em 2023. Os importados têm uma idade média de oito anos, que Helder Pedro, secretário-geral da ACAP, considera ser “muito preocupante, pois isso acaba por contribuir de forma significativa para o aumento das emissões poluentes no setor”.
40% dos carros importados tem entre 5 e dez anos, sendo que 44% são têm motores diesel. Aliás, 72% dos automóveis a gasóleo matriculados em Portugal o ano passado foram usados importados.
A percentagem de usados importados com motor a gasolina em 2024 foi de 32% e os elétricos representaram 13% dos usados importados.
Paralelamente, a ACAP destaca a necessidade de se reforçar o Sistema de Abate de Veículos em Fim de Vida, “alargando o seu âmbito além da aquisição de veículos elétricos e aumentando o número de veículos elegíveis no programa, promovendo a renovação da frota de forma mais inclusiva”.