Portugueses sentem-se desconfortáveis quando o seu consumo tem impacto negativo no ambiente

19/11/2022

Consumo de carne, utilização de veículos a gasolina ou Diesel, compra de vestuário ou de um telefone quando ainda se tem um a funcionar: como reagem os portugueses em face do impacto destas decisões no ambiente?

A crescente consciência com as questões ligadas à proteção do ambiente afetou o grau de conforto que os portugueses têm com o seu comportamento enquanto consumidores. De acordo com o Observador Cetelem Consumo Sustentável 2022, mais de metade dos portugueses (85%) assumem um sentimento de culpa ao comprar produtos embalados em plástico, quando consomem carne (76%) ou quando compram roupa nova (76%), por exemplo.

Comparando as faixas etárias, observa-se que os mais velhos, dos 65 aos 74 anos, tendem a sentir menor impacto em relação aos seus comportamentos de consumo. Contudo, existem outros grupos etários que aparentam sentir maior impacto quando fazem opções específicas. É o caso dos inquiridos, dos 18 aos 24 anos, quando compram produtos online (69%) e dos que têm entre, 25 e os 34 anos, quando compram um telemóvel novo quando ainda têm um a funcionar (68%) ou quando comem fast food (75%).

Deslocações em automóvel

Os entrevistados, considerando a proteção do ambiente, dos 34 anos 44 anos admitem sentirem-se mais desconfortáveis quando conduzem um veículo a gasóleo ou a gasolina (83%). Já os inquiridos dos 45 aos 55 anos, quando utilizam o automóvel em viagens em que podem optar por transportes coletivos ou viajar de bicicleta (69%).

Produtos embalados em plástico

Analisando por regiões, o estudo conclui que os inquiridos que residem nas regiões Centro (91%) e norte (90%) sentem-se mais desconfortáveis com maior frequência quando compram produtos embalados em plástico, em comparação com os residentes do sul. O mesmo acontece no que respeita a consumir carne e a adquirir roupas novas (89% residentes do norte e centro respetivamente – 67% residentes do sul).

Entre Lisboa e Porto, verificam-se também algumas diferenças significativas com os entrevistados do Porto (73%) menos confortáveis do que os de Lisboa (58%) no que respeita ao consumo de proteína animal. O mesmo acontece quando se trata de adquirir roupas novas (Porto – 78%; Lisboa – 57%).

Redução do consumo de proteína animal?

Um em cada três inquiridos concordam que a redução do consumo de proteína animal poderá ter um impacto positivo na proteção do ambiente, sendo os inquiridos com idades entre os 18 aos 44 anos, os que mais concordam com esta ideia. Por outro lado, os consumidores mais velhos, dos 55 aos 64 anos (20%) e dos 65 aos 74 anos (19%), são os que estão mais reticentes relativamente a esta afirmação, assim como os residentes na região centro (25%).

O estudo revela também que 34% dos portugueses já reduziram o consumo de proteína animal nos últimos anos por motivos de proteção ambiental. Sobre os planos futuros, 36% dizem que apesar de ainda não terem reduzido o consumo de proteína animal, pensam fazê-lo. Já 60% dos indivíduos assumem que não tencionam reduzir mais o consumo de proteína animal no futuro, nomeadamente, os mais velhos (69%), dos 65 aos 74 anos, e residentes no centro do país (74%).

Em termos geográficos, observa-se que os residentes da área metropolitana do Porto são aqueles que mais reduziram no consumo de proteína animal (57% Porto vs. 33% Lisboa) e os que demonstram uma maior abertura para vir a reduzir esse consumo no futuro (55% Porto vs. 37% Lisboa). Comparando as restantes regiões, os portugueses que residem nas áreas metropolitanas estão mais predispostos a reduzir o consumo deste tipo de proteína.