A garantia é de Emília Nunes, diretora do Programa Nacional de Controlo do Tabagismo, defendeu, em declarações no Dia Mundial do Não Fumador.

Questionada sobre os resultados de um estudo da Universidade do Minho, que concluiu que 14,4% das crianças estavam expostas ao fumo passivo em casa e 10,1% no carro, Emília Nunes voltou a opinar sobre a proibição de fumar nos carros quando se transportam crianças. “É uma medida a equacionar, mas carece obviamente de decisão governamental e, depois disso, de aprovação no parlamento. Teria de se mexer na lei”, respondeu à agência Lusa.

A diretora do Programa Nacional de Controlo do Tabagismo referiu mesmo que a proibição tornava mais clara a situação. “Estamos a caminhar para lá. Claro que não podemos proibir nos domicílios, mas nos carros…”, declarou.

Segundo aquela responsável, a medida não seria apenas benéfica para as crianças. “Se fumar no carro, o fumo acaba por ficar retido. As partículas ficam presas nos estofos e nos revestimentos do interior do automóvel”, acrescentou.

No estudo liderado por José Precioso refere-se que a “proibição de fumar no carro, seria semelhante a outras restrições sobre os comportamentos dos condutores que são necessários para a saúde pública e a segurança, tais como a proibição de conduzir sob o efeito de álcool ou outras drogas”. Sobre as consequências para as crianças da exposição ao fumo ambiental do tabaco, o investigador aponta a exacerbação da asma, doença respiratória aguda (bronquite e pneumonia), sintomas respiratórios crónicos, otite média aguda e crónica, decréscimo da função pulmonar e hiperatividade brônquica.

O docente sublinha que o fumo passivo “é composto por um conjunto de substâncias cancerígenas e tóxicas” e que “o Governo tem a obrigação e a responsabilidade de assegurar que as crianças estão em ambientes seguros e saudáveis”.