Radares de velocidade média multam menos do que os outros

21/05/2023

França começa a dizer «não» aos radares de velocidade média: são mais caros e multam três vezes menos do que os outros.

O Governo português investiu em sistemas de radares de velocidade média para ajudar a travar os números da sinistralidade rodoviária. Estes equipamentos serão utilizados pela primeira vez nas estradas nacionais, mas já não são novidade em França, país que foi dos primeiros a aderir à tecnologia, e que está agora a iniciar a sua substituição. Porquê? Não multam o suficiente para aquilo que custam!

A rede de radares de velocidade média começou a ser instalada em algumas regiões de França, em 2012. Há tempo suficiente para que as autoridades percebessem, finalmente, que a alternativa não é rentável.

De acordo com os meios de comunicação do país, os dispositivos são bastante mais caros do que os convencionais, e exigindo manutenção mais frequente e também mais dispendiosa.

Tudo porque o sistema obriga à implementação de câmaras de registo das matrículas nos dois pontos de medição da velocidade, além de que todo o processo é mais complexo.

Mais importante: parece estar provado que estes radares de velocidade média multam menos do que os outros. O número médio de registos de infrações é de 5.000 por ano, ‘contra’ as mais de 14.000 multas por radares fixos convencionais.

Portugal avança este ano

De acordo com a ASNR, os contratos de fornecimento e instalação dos novos dispositivos de controlo de velocidade em Portugal vão custar mais de 5 milhões de euros.

O sistema já está em testes em várias estradas nacionais, embora se desconheça ainda a data em que os referidos instrumentos de medição vão começar a gerar contraordenações.

Confirmadas estão as 20 localizações para apenas 10 radares, que seguindo a autoridade de segurança ser mudados regularmente. Os locais onde podem ser instalados estes aparelhos estarão convenientemente sinalizados, mas os condutores não terão forma de saber se naquele momento o radar se encontra ou não na cabine dedicada.

A ideia é fomentar a dúvida de quem segue ao volante em excesso de velocidade, conhecedor de que o dispositivo poderá registar a hora de passagem no posto de controlo num determinado troço da estrada e também a hora de saída mais à frente. O tempo demorado para percorrer a distância entre um ponto e outro ditará se cometeu infração ao Código da Estrada, tendo ou não direito a multa.