Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, destacou também o papel dos incentivos, das cidades e da mobilidade na equação para termos planeta mais sustentável

A ciência, a par com os incentivos e as cidades, é fundamental para alavancar as mudanças que é necessário fazer no mundo de forma a combater as alterações climáticas. Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, que falava esta quarta-feira na abertura da cimeira Portugal Mobi Summit 2022, que decorre em Nova SBE, em Cascais, defende que é preciso fazer “grandes mudanças”, o que só acontece se “mudarmos os incentivos, apostarmos na ciência e no papel das cidades”.

“Sem ciência não vamos conseguir mudar absolutamente nada”, assegurou. Considerando que se prevê que a população vá aumentar (passando dos atuais 7 mil milhões de pessoas para 9 mil milhões) e que se pretende manter a qualidade de vida, os fatores da equação nos quais se podem fazer mudanças são a energia necessária para produzir serviços e o carbono emitido por essa mesma energia, considerou.

Em seguida, o edil lisboeta deteve-se nos incentivos dados às energias fósseis, na ordem dos 530 biliões de dólares para manter o “preço mais baixo”. “Se tivéssemos, na Europa, 10% [desse valor], para investir em ciência, tudo seria diferente”, desabafou.

Por fim, apontou as cidades como a plataforma na qual se podem operar as mudanças. Os transportes gratuitos para os mais jovens e idosos, a utilização de água usada para lavagem de ruas e regar jardins, a mudança de lâmpadas (mudar as 7 mil luminárias de Lisboa para LED traz ganhos de eficiência na ordem dos 80%), são exemplo positivos que a capital tem em ação.

Mas a cidade também tem de mudar, alertou Carlos Moedas, apontando o “problema da mobilidade suave com as trotinetes” como um dos que é necessário resolver para que os diferentes meios de mobilidade convivam. “Estamos a fazer uma regulação intensa”, adiantou, referendo que a cidade de Lisboa tem “pelo menos 15 mil trotinetes” que “param em todo o lado”.

A mobilidade é fundamental para a mudança, havia destacado antes o autarca, lembrando que o setor é responsável por 17% das emissões de CO2.