Elon Musk, fundador e líder da Tesla vai ser obrigado a abandonar o cargo de presidente do conselho de administração da empresa, mantendo-se no entanto como CEO da marca que revolucionou a mobilidade elétrica. O acordo extrajudicial com a SEC, entidade que regula o mercado bolsista norte-americano, prevê ainda o pagamento de uma multa de 20 milhões de dólares (17,2 milhões de euros) bem como a imposição de uma série de novas regras na comunicação da empresa.
Esta pesada sanção que impedirá Musk de ter cargos de administração em empresas cotadas tem origem num tweet escrito pelo sul-africano no dia 7 de agosto, em que o empresário anunciava a saída da Tesla da bolsa e que pagaria 420 dólares por ação, cerca de mais 20 por cento que a cotação das ações da empresa naquele dia de bolsa. O anúncio gerou uma onda de incredulidade e revolta no mercado bolsista, levando a entidade reguladora a mover-lhe um processo num tribunal de Nova Iorque. A SEC defende que Musk foi “irresponsável”, prestando informações “falsas e enganadoras” que induziu os investidores em erro.
Segundo os termos do acordo agora lavrado, Elon Musk paga uma multa de 17,2 milhões de euros (20 milhões de dólares), sendo esse dinheiro distribuído pelos investidores afetados segundo um processo aprovado por um tribunal. Além disso, Elon Musk vai abandonar o cargo de presidente e CEO da Tesla.
Musk será substituído por um presidente independente que será nomeado mais tarde. Esta retirada de Musk não será definitiva, pois a sanção de afastamento dura, apenas, três anos. Após esse período, Elon Musk pode ser reeleito presidente da Tesla.
Este incidente ocorre num momento complexo da vida da Tesla, a braços com problemas de escala industrial com o seu Tesla Model 3, que esta semana é apresentado na Europa, no Salão de Paris, e enfrentando um crónico problema de rentabilidade que pode levar à venda da marca. A Arábia Saudita é um dos principais interessados na compra da posição dominante na Tesla e este caso pode vir a precipitar alterações na estrutura acionista na empresa mais disruptiva da história recente do automóvel.
