A intenção do fabricante nipónico de se afirmar no segmento automóvel premium confirma-se com este SUV que não deixa créditos em mãos alheias. O CX-60 é o primeiro híbrido plug-in da Mazda cuja construção assenta na plataforma que serve de base para modelos que ainda utilizam motorizações térmicas.

Montado longitudinalmente na frente deste Plug-In Hybrid Electric Vehicle, está um bloco com 4 cilindros em linha, e 2,5 litros de capacidade que produz 191 cv e 261 Nm de binário. Juntamente com um motor eléctrico com 175 cv e 270 Nm, produzem uma potência combinada de 328 cv e 500 Nm. Estão ambos acoplados a uma caixa automática com oito velocidades, e contrariando as soluções mais comuns neste tipo de motorizações, a unidade elétrica não está diretamente ligado a um eixo motriz. A tração é permanente às quatro rodas, mas totalmente mecânica no caso do AWD.

Infelizmente o CX-60 AWD paga sempre Classe2, mesmo com Via Verde

Isto pode ser desvantajoso no mercado nacional, pois não será possível pagar portagens como Classe 1. Pagará sempre Classe2, mesmo com Via Verde. Para quem este inconveniente não faça diferença, o CX-60 pode ser uma alternativa aos concorrentes que pretende desafiar. O design exterior segue a filosofia Kodo do design japonês, em que para a marca, o automóvel é mais do que um objeto inanimado: “a beleza do seu movimento instantâneo tem a capacidade de provocar uma emoção em quem o observa”. Se as proporções seguem uma abordagem convencional para o segmento, é na dianteira, e sobretudo na grelha e nas óticas que damos conta de uma identidade própria que é transversal aos restantes modelos da marca.

O interior oferece uma habitabilidade de acordo com as dimensões exteriores. O espaço é abundante e há lugar para cinco adultos, mais uma bagageira com 570 litros. É sobretudo aqui que a etiqueta premium se faz notar: a escolha dos materiais e o rigor da montagem está isenta de reparos, praticamente não existem superfícies duras, e a insonorização é muito boa. Para o condutor há uma surpresa que ainda não vimos implementada na concorrência direta: trata-se da possibilidade do ajuste automático do banco, volante, head-up display e retrovisores exteriores, bastando para isso, inserir a altura de quem irá conduzir. Podemos dizer que para 1,70 m, o ajuste foi perfeito.

Em andamento temos à disposição cinco modos de condução: EV; Normal; Sport; Offroad; e Towing. Este último é o que deve ser escolhido quando se pretende rebocar uma caravana ou atrelado. Apesar das duas toneladas de peso, em modo puramente elétrico a resposta ao acelerador é imediata, mas que se quer ponderada se pretendemos alcançar os 63 km de autonomia anunciados pela marca. O melhor que conseguimos neste modo foram 46 km. Em modo híbrido obtivemos uma média de 5,4 litros aos 100 km, longe dos 1,5 litros/100 km, anunciados pela marca. A Mazda entende que a melhor forma de utilizar este híbrido plug-in é carregando a sua bateria em casa, ou no trabalho. Por isso não suporta carregamentos rápidos em postos CC. É possível carrega-la em andamento (há um botão específico para isso), ou, ligado a uma wallbox aceita uma potência máxima de 7,2 kW, demorando uma carga 2 horas e 20 minutos a ficar completa.

os 2000 kg de peso não impedem o CX-60 de atingir os 100 km/h em 5,8 segundos

No modo Normal, a direção pareceu-nos um pouco pesada, sobretudo nas manobras de estacionamento. Optando pelo modo Sport, o acelerador fica um pouco mais sensível, e o funcionamento da caixa automática mais expedito, tanto nas passagens acima, como nas reduções. Com a velocidade máxima limitada aos 200 km/h, os 2000 kg de peso não são um impedimento para o CX-60 atingir os 100 km/h em 5,8 segundos. Nota positiva para as patilhas atrás do volante, que não passariam de um elemento decorativo se não funcionassem tão bem. Não é expectável que um SUV com estas dimensões e peso tenha um comportamento desportivo, no entanto ficámos surpreendidos com a compostura em estradas mais exigentes. Realçamos o bom trabalho de suspensão e pneus, em que apenas notámos algum adornar quando entrámos em curva a velocidades mais elevadas.

Dotado de um visual imponente e poderoso, – tão apreciado neste segmento – o CX-60 PHEV consegue ser ao mesmo tempo refinado, fruto da obsessão da Mazda com a subtileza dos detalhes, oferecendo uma alternativa para quem procura a diferença.

Ficha técnica:

Mazda CX-60 2.5 e-Skyactiv PHEV Homura 8AT AWD
Motor: 4 cilindros em linha com 1998 cm3; eléctrico com 129 kW
Bateria: iões de lítio 355 V; 17,8 kWh
Potência combinada: 327 cv
Binário máximo: 500 Nm
Transmissão: automática de 8 velocidades
Travões: discos ventilados
Aceleração 0-100 km/h: 5,8 s
Velocidade máxima: 200 km/h
Comprimento/Largura/Altura: 4745 mm /1890 mm /1685 mm
Distância entre eixos: 2870 mm
Capacidade da bagageira: 570/1726 litros
Depósito de combustível: 50 litros
Peso: 2055 kg
Preço: a partir de 57 090 euros

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AVALIAÇÃO
Qualidade geral
9,5
Prestações
8,5
Espaço
9
Segurança
9,5
Condução
8,5
Consumos
8,5
Preço/Equipamento
9