Enquanto o fascínio do público por automóveis de estatura elevada parece não ter fim, as marcas não o podem descurar, e chegou a vez de a Toyota dar um suplemento vitamínico ao pequeno Aygo. Já o tinha feito com o Yaris quando criou o Cross para o segmento B-SUV, e repete agora a fórmula com o Aygo X (lê-se cross).

 

Mais uma vez, estamos perante um modelo inteiramente concebido e construído na europa. O planeamento foi feito na sede da Toyota na Bélgica, o design no sul de França, e a construção dos motores e montagem na República Checa e Polónia, respetivamente.

O Aygo X continua a utilizar a versão GA-B da plataforma TNGA, mas cresceu em todas as direções: 3,7 metros de comprimento (mais 235 mm que o modelo anterior), 2,43 m de distância entre eixos (mais 90 mm), 1,74 m de largura (mais 125 mm), e 1,52 m de altura (subiu 65 mm). Demonstrando assumidamente uma aposta da marca para redefinir um segmento que deixou de ser atrativo para a maioria dos concorrentes.

Mas o aumento de espaço não se fica por aqui, as rodas foram colocadas bem nas extremidades do chassis, e com isto no interior também há mais espaço para os ocupantes, sobretudo ao nível dos ombros, agora com mais 45 mm disponíveis. A bagageira passa a disponibilizar 231 litros de capacidade (mais 63 litros), ou 829 litros com os bancos rebatidos. Ainda assim, segundo a Toyota, o Aygo X consegue ter um peso inferior ao da anterior geração.

Irreverência é a abordagem adotada para um automóvel que pretende atrair clientes com um perfil jovem e urbano. Para isso, o Aygo X possui um design arrojado, com uma silhueta vincada, onde se destaca a pintura de duas cores, a linha de cintura elevada, ou o tejadilho retrátil em lona disponível na versão “Envy”.

 

A ousadia estende-se ao interior, com um design divertido e um ambiente que combina com as cores do exterior, em pormenores como o “X” em relevo nos estofos, no painel de instrumentos, no tablier e na consola central. Para todos aqueles que já não conseguem viver sem a ajuda preciosa do Waze no trânsito, ou dos serviços de streaming para ouvir música e podcasts, podem contar com o Android Auto, e Apple Car Play para o fazer. O equipamento de série contempla ainda o sistema de som da JBL, e o Toyota Safety Sense, que inclui: deteção de peões, deteção diurna de ciclistas, cruise control adaptativo, manutenção na faixa de rodagem, ajuda à direção em caso de emergência e travagem autónoma de emergência.

A partilha da circulação nos centros urbanos com ciclistas e trotinetes é uma preocupação. Para melhorar a visibilidade, a espessura do pilar A foi reduzida e o seu ângulo de inclinação aumentado, a altura do crossover ao solo aumentou 11 mm, e o banco do condutor 55 mm, o que resulta numa posição de condução mais alta face ao modelo anterior.

No contato dinâmico que tivemos com o Aygo X, na apresentação nacional que aconteceu no Porto, gostámos do leque de cores disponíveis que são exclusivas para este modelo. Escolhemos conduzir primeiro a versão “Envy” na cor azul Juniper (existem também Cardamomo, Chili e Ginger), com capota em lona, equipado com caixa automática CVT e jantes de 18 polegadas. Ficámos impressionados com o desempenho das suspensões, com um amortecimento firme, mas muito confortável, apesar da medida dos pneus. Outra nota muito positiva vai para o excelente trabalho de insonorização com a capota de lona. A caixa de variação contínua tem continuado a evoluir, e sempre que testamos um novo modelo equipado com ela, notamos melhorias. Sendo automática, é um descanso para utilizar em cidade. O espaço a bordo é bom nos lugares da frente, já atrás são adequados para crianças, ou para dar boleia a alguém em trajetos curtos. Na bagageira há espaço suficiente para a rotina diária que pode incluir o saco de desporto, as compras, ou até mesmo os tróleis para as escapadelas de um fim de semana a dois.

O único motor disponível para o Aygo X é o pequeno três cilindros em linha com 1,0 l de capacidade, naturalmente aspirado, a gasolina. Ficámos menos impressionados com o seu desempenho, desta vez acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades. Os 72 cv, e sobretudo os 93 Nm de binário revelaram-se parcos ao arrancar em algumas subidas íngremes, obrigando no ponto de embraiagem a acelerar de forma audível para não deixar o Aygo X ir abaixo. Situação que ainda assim não conseguimos evitar uma ou outra vez.

Dentro da gama disponível, destacamos as versões cujo equipamento vai de encontro às necessidades da maioria dos clientes atualmente:

Aygo X Pulse; Jantes em liga leve de 17″, Tejadilho Night Sky, Vidros traseiros escurecidos, Luzes de circulação diurna LED, Ecrã multimédia de 8″. Preço: 17 370 euros com transmissão manual; 18 520 euros com transmissão CVT

Aygo X Envy; Jantes em liga leve de 18″ maquinadas, Tejadilho retrátil em lona, Ar condicionado automático, Bancos em pele e tecido, Sistema multimédia de 9″, Sistema de navegação, Carregador sem fios para smartphone, Sistema “Smart Entry & Start”, Sensor de chuva, sensor de estacionamento trente & trás. Preço: 20 600 euros