Tudo começou quando, os irmãos Dodge deixaram de ajudar Henry Ford e começaram a construir os seus próprios automóveis, em 1914. Uma das primeiras coisas que fizeram, foi construir uma pista de testes, junto à fábrica da Dodge. O pavimento era de madeira e tinha até uma subida íngreme, para simular uma subida de uma estrada de montanha. Esta foi a primeira pista de testes do mundo. Várias outras marcas se seguiram, como a Ford e a Packard e mais tarde a General Motors e a Chrysler. Mas, nem todas as empresas tinham a possibilidade de utilizar os terrenos adjacentes, para a construção de uma pista, nascendo assim a ideia de construir uma pista de testes no telhado da fábrica, apesar de ser uma prática pouco comum. Seguem-se três fábricas quem têm ou tiveram uma pista de testes no seu telhado.
Fábrica da Fiat em Lingotto (Turim)
Esta é das pistas de testes mais famosas, localizada no centro de Turim e imortalizada no filme The Italian Job. Esta fábrica de quatro andares e meio quilómetro de comprimento, foi desenhada por Giacomo Mattè Trucco, em 1916, e terminada em 1923. A construção dos automóveis iniciava-se no rés do chão e continuava através dos vários andares, até serem terminados no quarto andar e saiam para a pista, de modo a serem testados, onde, posteriormente, desciam para a rua, através de duas rampas. A produção de automóveis terminou aqui em 1979, com a construção da fábrica de Mirafiori. A fábrica foi transformada em hotel, shopping center e sala de convenções, mas a pista foi mantida intacta e ainda bem!
Palácio Chrysler no bairro de Palermo Chico (Buenos Aires)
Em 1928, o distribuidor da Chrysler na Argentina, abre o Palácio Chrysler. Um edifício de três andares para várias utilidades, onde compreendiam o stand de exposição, escritórios administrativos, armazém e um local onde eram montados os automóveis Chrysler exportados como kits CKD. O edifício foi desenhado por Mario Palanti para Julio Fevre, que detinha os direitos de representação da Chrysler na Argentina. O mais interessante do edifício, era a sua pista no telhado, onde na zona central poderiam estar 3.000 pessoas a assistir aos testes de automóveis, assim como outras actividades. Em 1990, e após o cessar de produção de automóveis naquele local, o edifício foi adquirido por outra empresa, que o transformou em apartamentos e escritórios, substituindo o nome para Palácio Alcorta. Mas, ao contrário da fábrica de Lingotto, a pista foi demolida, sendo substituída por mais apartamentos e uma piscina no meio.
Fábrica da Impéria em Nessonvaux (Liège)
A Impéria é uma marca de automóveis pouco conhecida da Bélgica, que teve a produção activa de automóveis de 1906 a 1957, produzindo os seus próprios automóveis, assim como, produziu automóveis de outras marcas, como a Adler, Hotchkiss e Superior-Triumph, além disso detinha também outra marca de automóveis de luxo a Minerva. A Impéria também teve uma parceria com a Avions Voisin. Além de bastante inovadora, a Impéria também produziu diversos automóveis de competição, mas, durante mais de 20 anos, os seus automóveis eram testados na estrada. Até que, em 1928, decidiram construir uma pista de quase 1km no telhado da fábrica. Hoje, e apesar de a marca ter anunciado o retorno em 2009 e do actual proprietário querer demolir a fábrica original, esta continua inactiva e parte da pista existente.