Uma fusão de conceitos chamada Dacia Jogger

03/09/2021

Chama-se Jogger e é o novo familiar acessível com que a Dacia procura reinventar o segmento C. Fusão ousada entre um crossover e uma carrinha, com versões de cinco e sete lugares, chegará em março de 2022. A estreia mundial acontecerá dia 6, no Salão de Munique, mas o Motor 24 fez parte de um restrito grupo que foi conhecê-lo numa pré-apresentação parisiense.

Jogger. Sabia-se o nome e pouco mais sobre esta nova proposta da Dacia para o segmento C. Juntemos-lhe agora a respetiva imagem e as caraterísticas que fazem desta uma proposta bastante ousada do Grupo Renault. Ainda que a estreia mundial esteja reservada para dia 6, no Salão Internacional de Munique, o Motor 24 fez parte de um grupo restrito que teve oportunidade de conhecer in loco o modelo romeno que se propõe reinventar o segmento C, devido a uma ambiciosa estratégia de fusão de conceitos.

Regressemos ao nome com que se apresenta: Jogger. Segundo os responsáveis da marca, a ideia era que este evocasse “simplicidade”, desde sempre associada à Dacia, mas juntando-lhe algumas sensações de “boa energia”, “espírito off-road, e, não menos importante, “eficácia”.

A Dacia continua firme na sua posição de marca low-cost e o Jogger procura oferecer tudo aquilo que um cliente do segmento C possa querer de um modelo. Desde logo, a possibilidade de optar por uma versão de 5 ou de 7 lugares. Já não existem muitos fabricantes a apostar nesta solução, mas a marca romena acredita que as famílias ainda podem ser numerosas e desejar um modelo diferente. E por um preço competitivo.

Plataforma CMF-B

Este é o quarto pilar estratégico da Dacia. Basta contar o citadino 100% elétrico Spring, o compacto Sandero e o SUV Duster. O Jogger é, assim, a cartada que substitui o Lodgy MPV e que antecipa a introdução de mais dois novos modelos, previstos até ao ano de 2025.

A polivalência é um dos pontos fortes do Dacia Jogger, procurando reunir o comprimento de uma carrinha, o espaço de um monovolume e o visual de um SUV. Tudo junto. É construído sob a nova plataforma CMF-B, concebida para os segmentos B e C, e já estreada nos novos Sandero e Longan. Integra um módulo traseiro exclusivo que chega aos 4,55 m (o Jogger tem 2,9 metros de distância entre eixos e 2,0 metros de altura) e que lhe confere grande amplitude e versatilidade A aerodinâmica fica por conta dos rolamentos de baixa fricção, das carenagens sob a carroçaria e dos vários apêndices.

“Nesta opção de 7 lugares, o espaço traseiro comporta um banco de três lugares rebatível 2/3-1/3 (2ª fila) e dois bancos individuais rebatíveis 50/50 (na 3ª fila), removíveis se necessário”

Aventureiro e prático

O design convida à evasão. Na dianteira, exibe uma grelha larga e exclusiva da marca Dacia, guarda-lamas pronunciados, que estendem as rodas até os quatro cantos do veículo, e um capot horizontal e nervurado. As rodas grandes e o spoiler traseiro dão uma sensação dinâmica. As luzes traseiras verticais maximizam a largura do portão da bagageira. A linha de cintura enfatiza a linha de ombros do guarda-lamas traseiro, conferindo uma sensação de robustez até ao topo das rodas. As barras do tejadilho, cavas das rodas pronunciadas e elevada distância ao solo (200 mm sem carga), adaptáveis a vários pisos, vincam os traços da sua personalidade mais aventureira.

O habitáculo prima pela funcionalidade e versatilidade. Não esconde o recurso a alguns plásticos, admitamos, mas nada que afete um ambiente agradável e confortável. Com 24 litros de espaço de armazenamento útil, garante uma utilização confortável a todos os passageiros, estejam eles à frente, a meio ou até mesmo na traseira do habitáculo!

Com três filas de bancos, o Jogger transporta até sete adultos. Projetado para ser verdadeiramente polivalente, possui mais de 56 configurações possíveis, adaptando-se às famílias que variam de composição no dia-a-dia, por mês ou até anualmente. Nesta opção de 7 lugares, o espaço traseiro comporta um banco de três lugares rebatível 2/3-1/3 (2ª fila) e dois bancos individuais rebatíveis 50/50 (na 3ª fila), removíveis se necessário.

A capacidade de carga é de até 1.819 litros, na versão de 5 lugares, com a segunda fila de bancos rebatida. Já na de 7 lugares, a capacidade passa para 1.807 litros, com a segunda fila de banco rebatida e a terceira fila retirada. Os bancos da terceira fila também podem ser dobrados.

São três os níveis de equipamento: Essencial, Comfort e Xtreme. E trata-se de um modelo atualizado com as tecnologias, destacando-se os sistemas de infoentretenimento – Media Control, Media Display e Media Nav, sendo que os dois últimos oferecerem o mesma ecrã táctil de 8″ e Apple CarPlay ou Android Auto.

Ajudas à condução são várias e além dos seis airbags, conta com dispositivos como o aviso de ângulo morto e a travagem autónoma de emergência.

Motores para todos

As motorizações escaladas para animar o Dacia Jogger procuram preencher todos os requisitos do público-alvo, que procuram um familiar que… não gaste muito. Nesse sentido, apresenta um novo motor a gasolina 1.0L TCe 110 cv (200 Nm), acoplado a uma caixa manual de seis velocidades e o propulsor ECO-G 100 cv (170 Nm) a gasolina/GPL bi-fuel. Este último promete uma redução de 40% nos consumos de gasolina do que a anterior versão.

Quem quiser aguardar pelo Jogger Hybrid terá de aguardar por 2023. Mas não faltam argumentos para justificar a espera. Este será o primeiro modelo da Dacia a recorrer a esta tecnologia e ostentará o epíteto do híbrido de 7 lugares mais acessível do mercado. Contará com um motor a gasolina de 1.6 litros, dois motores elétricos (um ‘e-engine’ e um motor de arranque de alta tensão) e uma caixa de velocidades multi-modo sem embraiagem. Segundo a marca, a travagem regenerativa, combinada com a elevada capacidade de auto-carregamento das baterias de 1,2 kWh (230 V) e a eficiente transmissão automática, permitirão que 80% do tempo de circulação em cidade seja feito em modo totalmente elétrico, economizando até 40% de combustível.

Trunfo do preço

O Dacia Jogger chegará ao nosso país em março de 2022. E as expetativas da marca romena com este novo modelo são elevadas. E justificadas. Hoje em dia, um fabricante não pode dar tiros ao lado. Tem de acertar em cheio. E se possível em mais do que um segmento só com uma proposta, como é o caso. Resta saber se o preço será realmente um ás de trunfo. Nos mercados do centro da Europa, a versão base rondará os 15.000 euros. Por cá, deverá andar perto dos 18.000 euros, o que, tendo em conta o contexto fiscal luso, será sempre uma mais-valia.