Virgin revela avião mais rápido que Concorde

05/08/2020

Atingindo Mach 3 (cerca de 3.700 km/h), pode ligar Nova Iorque a Londres em apenas uma hora e meia.

Os planos da Virgin Galactic para as viagens do futuro incluem programas de turismo espacial, mas também a produção de um novo avião supersónico para voos comerciais, capaz de atingir três vezes a velocidade do som.

De acordo com a empresa fundada por Richard Branson, esta aeronave, desenvolvida em parceria com a Rolls-Royce pode chegar a 3.700 km/h, muito acima dos cerca de 2.500 km/h (Mach 2,04), a velocidade de ponta dos Concorde, o gigante pioneiro dos voos comerciais supersónicos, retirado em 2003.

Ao contrário da aeronave comercial produzida pelo consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation e a francesa Aérospatiale, com capacidade para transportar 128 passageiros, o projeto do Grupo Virgin destina-se ao transporte exclusivo de pequenos grupos, tendo dimensões muito mais compactas e uma cabina construída para permitir diversos tipos de layouts possíveis, personalizados com acabamentos de topo e serviços de 1.ª classe, e admitindo as configurações de 9 e 12 lugares passageiros.

Pela frente a empresa terá o grande desafio de tornar o conceito rentável, a juntar a outros obstáculos que a companhia terá de ultrapassar, na área da gestão térmica, manutenção, emissões e economia que os voos comerciais de rotina de alta velocidade implicariam. E sem esquecer a obrigatoriedade de “silenciar” o conjunto de motores a permitir viajar a velocidades supersónicas, a uma altitude superior a 60 mil pés, ou 18 mil metros, quase o dobro do voo comercial convencional.

O enorme ruido que gerava o Concorde em Mach 2 fazia com que operasse a essa velocidade apenas quando sobrevoava oceanos e mares afastados das povoações, enquanto o preço demasiado alto de cada viagem limitava muito a escolha de rotas possíveis.

Para já, a Virgin Galactic apenas revelou o design do seu novo, pensado “para tornar as viagens de alta velocidade práticas, sustentáveis, seguras e confiáveis, além de tornar a experiência do cliente uma prioridade”. O próximo passo será definir as arquiteturas específicas do sistema e determinar quais as soluções técnicas a usar no desenvolvimento do projeto e no fabrico da aeronave.

 

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