A nova geração do Golf inicia hoje o seu processo de venda em Portugal, com preços a partir dos 22.900 euros no caso da versão de entrada com motor 1.0 TSI de 110 CV (mais sobre este assunto em baixo), mas para marcar a entrada em ação deste renovado modelo, cujo grande foco está na tecnologia, conectividade e eficiência, nada melhor do que fazer uma viagem pelo tempo para perceber como o Golf mudou ao longo dos tempos.

Recue-se, então, a 1974, ano de nascimento do Volkswagen Golf. Num mundo que vivia a ressaca da crise petrolífera, começavam a dar os primeiros passos algumas tecnologias como os gravadores de vídeo e a luta entre o VHS e o Betamax estava prestes a entrar em casa. Foi também o tempo em que o micro-ondas emergia como representante de um novo mundo de refeições quentes em pouco segundos. Videojogos? O pac-man nem sequer era um sonho. Computador pessoal? A ideia até já germinava, mas o processador mais pessoal que existia era mesmo o da máquina calculadora de bolso. iPod? O primeiro walkman só chegaria no final da década – e apenas porque o senhor Masaru Ibuka, da Sony, não queria largar a sua ópera enquanto viajava de avião. E deixemos de lado coisas como “telemóvel” ou “Internet”. Nestes casos, nem as palavras estavam inventadas.

O Golf vai já na sua sétima “vida”. E a nova gama, uma espécie de renovação simples na medida em que não se trata de uma verdadeira nova geração, revela esta capacidade única de adaptação ao seu tempo. Exemplo disso são os comandos por gestos, a conectividade levada ao extremo, os equipamentos de condução semiautónoma e tudo o que é importante na nossa era. A marca não esconde o seu carácter de camaleão…

O nascimento de um ícone

Todos sabemos que o Golf é um carro alemão, mas o seu nascimento teve lugar num outro país da Europa, neste caso em Itália, no estirador de Giorgietto Giugiaro, um dos maiores nomes do design automóvel. Na altura dava os primeiros passos com a sua ItalDesign, o gabinete de estilo onde haveriam de nascer mais de 200 modelos para as maiores marcas de automóveis, entre os quais ícones tão importantes quanto o BMW M1, o Lotus Esprit, o De Lorean DMC-12 e, mais recentemente, o Lamborghini Gallardo.

A história desta relação com a Volkswagen é contada na primeira pessoa pelo próprio Giugiaro. “É um episódio muito interessante. Kurt Lotz, então presidente da Volkswagen, visitou o Salão de Turim em 1969 e, juntamente com a sua delegação, fez uma lista dos seis carros que mais tinham gostado. Eram modelos de marcas diferentes, mas eu tinha desenhado quatro deles… Foi então que disseram: ‘quatro dos favoritos foram desenhados pela mesma pessoa? Queremos!’ O telefone tocou na minha jovem companhia ItalDesign poucos dias depois. Era o importador italiano da Volkswagen, que me disse – ‘Eles querem que tu vás a Wolfsburgo!’ E lá fui, em janeiro de 1970”.

Já na Alemanha, Giugiaro, então com 32 anos, ouviu da boca de Kurt Lotz qual era a missão: “Queremos que desenhe o sucessor do Carocha”. Assim mesmo, direito ao assunto, à boa maneira alemã. “E ficaremos satisfeitos se o espaço interior corresponder ao que é oferecido pelo Carocha”, disse ainda Lotz.

“A Volkswagen – explica Giorgietto – sabia que tinha em mãos a responsabilidade de produzir um sucessor para o carro de massas, mas tinha também a perfeita consciência de que este tinha de estar de acordo com as tendências do momento”. A marca alemã, mais do que nenhuma outra, tinha em mãos um sucesso histórico, mas sabia que não ia durar para sempre. Era necessário voltar a inovar. Mesmo antes de falarem com o designer italiano, os responsáveis de Wolfsburgo já haviam feito o “trabalho de casa”: “Tinham tudo estudado. Recebi deles as dimensões clássicas, tais como comprimento, distância entre eixos, até as cotas interiores e os motores”, recorda o italiano.

O projeto arrancou e a experiência industrial de Giugiaro foi providencial na relação com a Volkswagen. As linhas simples do Golf eram também uma forma de adequar o modelo a uma produção que se iria medir em milhões de unidades. “Todo o projeto foi pensado detalhadamente desde o início, incluindo as componentes económicas, industriais e de mercado. Também por isso este carro foi um sucesso tão grande”, comenta Giorgietto Giugiaro. Perante a grandeza da ideia, o designer hoje nem se incomoda muito com as alterações à forma ditada pela função – os desenhos iniciais incluíam, por exemplo, faróis quadrados na dianteira, algo que na altura era bem mais caro do que as tradicionais óticas redondas, que acabaram por prevalecer.

“Mas hoje chega um novo Golf, certo?”

Sim. Na galeria tem a explicação de cada uma das gerações deste icónico modelo, que se mantém como o mais vendido da Europa, mas quanto aos preços do atual, já sabe que começam nos 22.900 euros (na fase de lançamento) para o modelo de cinco portas, enquanto a correspondente versão a gasóleo faz-se com o motor 1.6 TDI de 115 CV com um preço de 27.824 euros.

A outra opção a gasolina, enquanto não chega o novo 1.5 TSI Evo de 130 e de 150 CV, é o 2.0 TSI de 310 CV para o Golf R (disponível em carroçarias de três e de cinco portas), com preços a partir dos 54.399 euros. O 1.4 GTE Plug-in continua na gama com um custo de 44.690 euros. O resto dos preços encontra-se aqui.

Para saber mais sobre o novo Golf pode ver o nosso artigo dedicado à apresentação deste importante modelo.

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