O segmento dos SUV cabrio não tem, historicamente, uma grande adesão, com exemplos recentes como o Range Rover Evoque Cabrio ou o Nissan Murano Cabriolet a não suscitarem grande interesse dos clientes. No entanto, descontinuado o Golf Cabrio de geração anterior, a marca alemã decidiu apostar de forma arrojada num SUV cabrio, com a base do T-ROC, modelo que é produzido em Portugal, na Autoeuropa (com cerca de 2500 unidades vendidas em 2019 no nosso país), mas produzido em Osnabrück, na Alemanha. A razão é simples: naquela fábrica há uma unidade especializada na produção de descapotáveis.
Assim, o T-ROC Cabrio não tem a mesma nacionalidade que os seus ‘primos’ SUV e T-ROC R, produzidos em Palmela.
Assumindo claramente que o novo descapotável é um produto de “imagem e emoção” para a Volkswagen, em linha com a recente reformulação de imagem que apresentou no ano passado, a marca coloca este novo modelo num patamar único no mercado, esperando alguns dividendos com essa lógica, até porque acaba por ser um dos cabrios mais acessíveis do mercado.
Ainda assim, os responsáveis nacionais da Volkswagen encontram no MINI Cabrio um rival a preceito, mais no espírito do que na imagem, mas também olham para o Fiat 500 Cabrio, BMW Série 2 Cabrio e Mazda MX-5, mesmo que cada um tenha uma filosofia diferente.
Face ao modelo de que deriva, o T-ROC Cabrio diferencia-se por ter uma lotação de quatro lugares em vez de cinco, mas com a ideia de que oferece mais espaço nos bancos traseiros, perdendo também alguma da capacidade da bagageira, com 280 litros contra os mais de 400 litros do SUV convencional. As medidas são praticamente idênticas entre o Cabrio e o SUV, pelo que não existem grandes novidades em termos de espaço, destacando-se, porém, o acréscimo de 200 kg no cabrio por uma questão de reforços estruturais necessários pela perda do tejadilho rígido.Por outro lado, a capota, que é sempre de lona, é acionada de forma totalmente elétrica até aos 30 km/h, demorando 9 segundos a destapar o habitáculo. Com o sistema keyless permite abrir a capota a uma distância de 1,5 metros, havendo um sinal acústico de alerta para a abertura da capota.
A gama de motores não difere daquela que é oferecida na gama do T-ROC, havendo apenas motores a gasolina, com a entrada a fazer-se com o motor 1.0 TSI de 115 CV associado apenas ao nível de equipamento Style e caixa manual de seis velocidades. A gama prossegue depois com o 1.5 TSI de 150 CV com a caixa manual de seis velocidades para o nível de equipamento Style, enquanto no topo da tabela de preços surge o mesmo motor, mas com caixa DSG de sete velocidades, em associação ao mais desportivo nível de equipamento R-Line.
Quanto a equipamentos, a versão de base Style destaca-se já por uma oferta muito completa, surgindo com elementos como as jantes de liga leve de 17 polegadas (‘Mayfield’), volante multifunções em pele, Pack Pilot de assistência à condução, sistema We Connect Plus (1 ano gratuito), sistema de navegação Discover Media com streaming e Internet, wireless App Connect e roda suplente de dimensões reduzidas.
Já o nível R-Line acresce o Driver Assistance Package (que integra sistemas de segurança como o Traffic Jam Assist, Emergency Assist, Faróis LED e sistema Light Assist), o assistente de estacionamento Park Assist com câmara traseira, o kit estético R-Line, o Digital Cockpit e jantes de 18 polegadas (‘Sebring’).
Com um custo também acima do valor proposto para o SUV de base (entre 5000€ e 5500€), o T-ROC Cabrio é observado com expectativas moderadas por parte dos responsáveis nacionais da Volkswagen, sabendo que, nesta fase, é difícil tecer grandes perspetivas comerciais para este modelo. Porém, a sua chegada é importante para funcionar “como grande pilar da mensagem atual da Volkswagen de emoção e imagem”.
Preços
1.0 TSI 115 CV Style 32.740€
1.5 TSI 150 CV Style 35.760€
1.5 TSI 150 CV DSG R-Line 43.070€
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