Atualmente já existem empresas que recorrem a esta forma de entrega, seja para entregar medicamentos ou comida. Em Portugal, podem vir a ser uma peça fundamental na prevenção e monitorização de fogos florestais.

“Sou a favor das novas tecnologias”, afirmou Arshia Gratiot, no arranque da sua apresentação “Drone Delivery, Fact or Fiction?” no Portugal Mobi Summit, que decorre na Nova SBE até domingo.

Segundo a CEO da Third Space Auto, “todos os indicadores macroeconómicos mostram que a automação será o melhor para a sociedade” e, por isso, não tem qualquer problema em imaginar um futuro muito próximo “com drones e robôs a desempenharem funções de forma colaborativa” um pouco por todo o lado.

Muitas pessoas ainda têm dificuldade em aceitar que tal possa vir a acontecer porque “pensam que os drones são uma espécie de espiões”. No entanto, “os smartphones que todos usam dizem mais das vossas vidas do que os drones”, alertou Gratiot.

“Os drones levam coisas do ponto A ao ponto B”, já percorrem os céus de várias partes do mundo e vieram para ficar.

Em Portugal, a Third Space Auto está a colaborar com uma empresa portuguesa para colocar drones ao serviço da proteção de fogos florestais. O objetivo é dotar os aparelhos de câmaras que permitam a detetar os fogos logo no início e permitam monitorizar a saída das populações das zonas de risco, por exemplo.

Em África, os drones de uma empresa norte-americana voam a 150 km/hora para entregar sangue e medicamentos em países como o Ruanda.

Na China, já existem empresas que fazem entregas de comida com drones. Aliás, um dos países do mundo onde os drones de entregas circulam com maior frequência e em maior número.

Na Finlândia, a Third Space Auto está a desenvolver a entrega medicamentos via drone. “É um país onde o acesso universal a uma série de bens de primeira necessidade é uma considerado um direito fundamental e daí a utilização dos drones”, argumentou.

“Os drones facilitam a vida a muitas pessoas que vivem nos arquipélagos da Finlândia e atualmente já fizemos cerca de 40 entregas”, descreveu Gratiot, CEO da empresa.

Estes drones de entregas da Third Space Auto ainda estão em fase de testes na Finlândia e a tecnologia “está a ser muito bem recebida”.

“Perguntámos o que é que as pessoas nestes locais remotos da Finlândia gostariam de receber por drone e muitas respostas foram “pizza – porque demoram uma hora e chegam frias””, exemplificou.

Drones: um perigo para a aviação?

“Devemos evitar que drones colidam com aviões”, começou por responder Arshia Gratiot. O espaço aéreo é altamente regulamentado – impõe limites à altitude, à velocidade, à utilização dos corredores aéreos – e, por isso, é urgente trabalhar “na harmonização da legislação de voo de drones para transformar o espaço aéreo num espaço mais seguro”.

Uma solução para aumentar a segurança nesse espaço de circulação comum a aeronaves e drones é o desenvolvimento de ferramentas e sistemas com recurso a inteligência artificial que permitam aos drones voar de forma completamente autónoma.

“Haverá uma grande componente de formação para pilotar drones”, não será qualquer pessoa a poder fazê-lo, assegurou Arshia Gratiot. “Os sistemas do futuro vão ler mapas aéreos e desenhar planos de voo – algo que já acontece hoje em alguns lugares do mundo”. Mas para já, na União Europeia realizam-se apenas voos de teste.

Nos EUA, “os drones já são usados por forças militares há 10 anos através de pilotagem remota e um dia serão verdadeiramente autónomos recorrendo à inteligência artificial”.

“Apesar de termos de ser cautelosos relativamente à legislação europeia sobre esta matéria, acredito que o futuro será por aqui”, argumentou a CEO da Third Space Auto.

“A tecnologia irá massificar-se quando houver investimento para alavancar o desenvolvimento tipo de sistemas” que permitam drones verdadeiramente autónomos através da inteligência artificial, porque “só assim poderemos dar a vantagem desta tecnologia às pessoas”, concluiu Arshia Gratiot.

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