O plano de mobilidade de Faro prevê mais ciclovias, vias pedonais e parques de estacionamento nas imediações da cidade, para incentivar o uso de transportes públicos, diz a vereadora Sophie Martins.

 

Numa cidade plana, que se pode percorrer a pé em cerca de 15 a 20 minutos, faz todo o sentido investir em mais vias para peões e repensar o uso do automóvel. E esse é justamente um dos três eixos estratégicos do Plano de Mobilidade de Faro aprovado em 2018, garante a vereadora da Câmara Municipal de Faro, Sophie Martins.

A cidade anfitriã do Road Safety Sessions, a terceira conferência no âmbito do Portugal Mobi Summit, diz estar em linha com os objetivos de descarbonização e incentivo às novas tendências de mobilidade. A vereadora considera mesmo que “Faro tem condições para se tornar o município com menor emissão de carbono do país”.

Com o pelouro das infraestruturas, urbanismo e ambiente, Sophie Martins anuncia que a autarquia vai investir em mais vias pedonais, no centro da cidade, com a preocupação adicional de serem arborizadas, para proporcionarem maior frescura, e com passeios mais acessíveis a todos, nomeadamente às pessoas de mobilidade reduzida.

Em segundo lugar, “o plano indica uma visão integrada de redes de ciclovias que não existia, com vista à crescente descarbonização da cidade”. O terceiro eixo estratégico consiste em reduzir a circulação de automóveis dentro da cidade, com a disponibilização de “três a quatro parques de estacionamento nas imediações” com ligação a transportes públicos clássicos, mas também a meios de mobilidade suave, como bicicletas e trotinetes.

A particularidade do plano de mobilidade de Faro é o facto de “estar a ser desenhado em paralelo com a revisão do Plano de Desenvolvimento Municipal (PDM), o que é um caso pioneiro e uma vantagem”, diz Sophie Martins.

O processo de revisão do PDM tem conclusão prevista para o final do ano. Ações no terreno

Uma série de ações para melhorar a mobilidade no concelho foram já definidas a nível de requalificações rodoviárias. Algumas das mais próximas no tempo são, por exemplo, o primeiro troço de requalificação da estrada entre a ilha de Faro e o aeroporto, onde será introduzida uma ciclovia, mas também o melhoramento da ecovia, que liga Portugal à Noruega no âmbito da rede EuroVelo. “Vamos trabalhar para que no próximo ano já esteja em obra o troço Loulé-Faro e já foi contratada uma equipa para resolver os problemas da Ecovia Faro–Olhão, nomeadamente ao nível das ligações e passadiços”, refere.

Nos próximos tempos, os munícipes e os visitantes de Faro vão ser surpreendidos com alguns novos corredores cicláveis. Mas porque a segurança dos peões tem de ser uma preocupação redobrada, a autarquia vai também investir em mais zonas de acalmia de tráfego – as chamadas zonas 30 –, principalmente na Baixa da cidade. “O objetivo final de um vasto conjunto de ações previstas é devolver o espaço público às pessoas”, concluiu Sophie Martins.

Para reduzir o uso do automóvel particular é fundamental incentivar a utilização de transportes públicos. Neste ponto assume também particular importância a redução do preço dos transportes, que ainda não está em vigor no Algarve, ao contrário do que aconteceu neste ano nas zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto. “A redução tarifária dos passes sociais é um assunto que está a ser tratado pela Associação de Municípios do Algarve (AMAL)”, disse a vereadora, escusando-se a previsões e a mais detalhes sobre o processo.

No que se refere à rede urbana de transportes públicos, Faro está a fazer um concurso público intermunicipal, nos termos da nova diretiva europeia, que atribui essa competência aos municípios, deixando as redes inter-regionais com as associações de municípios. Uma das condições do concurso público será o aumento dos horários das carreiras aos fins de semana. Para além do terminal rodoviário que existe e é privado, a autarquia de Faro planeia também um novo terminal municipal.

No rescaldo das celebrações do dia do município, a 7 de setembro, Faro assinala a Semana Europeia da Mobilidade com um conjunto de atividades de sensibilização para a necessidade de mudar hábitos no modo como nos transportamos, dirigidas às escolas e à população em geral. A sessão sobre segurança rodoviária, no âmbito do Portugal Mobi Summit, é um dos pontos altos das comemorações.

 

Carla Aguiar | Texto

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