Fraca autonomia, danos ambientais pesados com o fim de ciclo das baterias ou gastos energéticos elevados são alguns dos mitos que foram desmontados durante o debate Mobilidade Elétrica do Ponto de Vista do Utilizador.

Um veículo elétrico tem uma autonomia limitada, é um produto de luxo e, como se isso não fosse suficiente, os danos ambientais com o fim de vida das baterias são demasiado pesados. Onde é que já ouviu isso tudo? Henrique Sánchez, presidente da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), e Hugo Pinto, administrador do Tesla Club de Portugal, sabem que estas são algumas das ideias feitas que ainda impedem o carro elétrico de circular a grande velocidade nas estradas da Europa. É motivo suficiente para ambos quererem desmontar cada uma dela e foi isso mesmo que fizeram no Portugal Mobi Summit durante o debate “A Mobilidade Elétrica do Ponto de Vista do Utilizador”.

A resistência – admite Henrique Sánchez – até é natural, tendo em conta que se trata de uma “mudança radical” no comportamento dos condutores. “Eu agora, em vez de ir a um posto quando o tanque atinge a reserva, tenho de aproveitar uma ida ao cinema ou à praia para carregar a bateria do meu carro.” É um hábito que precisa de entrar nas rotinas dos automobilistas, mas antes disso, nada como experimentar a condução num veículo elétrico para “mudar o chip” e perceber que este é o transporte do futuro: “É um outro nível que nos faz olhar para trás e concluir como o cheiro a escape, as fugas de óleo ou os gastos com os combustíveis se tornam obsoletos.”

Ultrapassada a primeira barreira, resta ainda desmitificar os custos com a energia e com manutenção. É aqui que entra a experiência pessoal de Hugo Pinto, que, com o seu Tesla, garante não ultrapassar os 33 euros por mês com a fatura elétrica, percorrendo diariamente à volta de 100 quilómetros nas deslocações urbanas. E não se julgue que com um carro elétrico, o máximo que se consegue é “dar um pulo à Ericeira para comer um peixe grelhado” e voltar. O administrador do Tesla Club avisa que dá para isso e mais ainda: “Já me deu para ir até Marraquexe, que são mais nove mil quilómetros, ou então conduzir até à Noruega sem nenhum problema de carregamento.”

Para os que ainda não estão convencidos, até porque a principal resistência está na fatura ambiental que representa uma bateria velha, Henrique Sánchez tem também a resposta preparada. “Ao chegar ao fim de vida, o que geralmente acontece no prazo de uma década, ela pode vir a servir para armazenamento estático de eletricidade, fornecendo energia, por exemplo, a edifícios e a bairros.” Esta é uma solução que prolonga a utilidade das baterias por mais 20 anos: “Mas, depois disso, há toda uma série de materiais e minérios que podem ser reciclados para fabricar novas baterias.” E assim se fecha o ciclo.

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