24 Horas de Fronteira: Mecânica baralhou contas perto do fim

27/11/2017

Os ingleses dizem que nada está assegurado até que a “Fat Lady Sings” e mais uma vez aconteceu algo semelhante, mas em letão! Depois de terem passado pelo comando da prova várias vezes durante as 24 horas de corrida, e quando já nada indicava que Igor Skoks, Rudolf Skoks e Arvis Pikis pudessem vencer, eis que problemas mecânicos das duas equipas que rodavam na sua frente redundaram no triunfo dos letões, o seu primeiro em Fronteira.

Sabendo que não têm carro para grandes andamentos, basta bem que o seu melhor tempo numa volta durante todas as 24 horas ficou a 30 segundos do mais rápidos, o que nesta pista é uma eternidade, foram semprem uito regulares e colheram os frutos de um triuinfo, quando tudo apontava para um merecido pódio.

As corridas são assim mesmo, sempre foi e sempre há-de ser assim enquanto se tratarem de máquinas. Quem diria, um Mitsubishi Pajero da categoria T1 a bater todos os rápidos carros da categoria especial. Como bem sabemos, a tartaruga muitas vezes ganha à lebre. Foik mais uma vez o caso. O conjunto da Letónia aplicou a velha máxima que para chegar primeiro, primeiro é preciso chegar.

O pódio ficou completo com o Sadev Oryx de Stéphane Barbry e Pierre e Louis Lauilhe, que terminaram na segunda posição com o Mini inscrito pela X-Raid a terminara no pódio, apesar dos problemas que afetaram a caixa de velocidades do carro pilotado por Michele de Nora, Michele e Carlo Cinotto e Paolo Bachella, já na derradeira fase da competição.

A três horas do fim da corrida, quando as equipas já só querem chegar ao fim, a equipa composta por Mário e Alexandre Andrade, Cédric Duple, Yan Morize e Luís Ribeiro estava bem na frente da corrida, mas mais uma vez a mecânica traiu-os. Tinham duas voltas de avanço sobre os então segundos classificados, a equipa de Thierry Charbonnier, em MMO Evo 3, que mais tarde foi a vez deles também terem problemas. Na terceira posição seguiam os letões, que acabaram por vencer.

A corrida ficou resolvida apenas na última hora, numa altura em que a formação da Letónia seguia em terceiro lugar, mas uma avaria no veio primário do MMP Evo 3 de Thierry Charbonnier, Paulo Marques, Alexandre Ré e José Pimenta, que levou a um atraso irreversível, e pouco depois, a meia hora do fim da corrida foi a vez de da equipa que dominou a segunda metade das 24 horas, Mário e Alexandre Andrade, Cédric Duple, Yann Morize e Luís Ribeiro, ter entrado nas boxes donde já não saiu com graves problemas de embraiagem no A.C. Nissan Proto.

Os problemas das duas equipas luso-francesas levou a que os homens do Mitsubishi Pajero de Igor e Rudolfs Skoks e Arvis Pikis subissem ao lugar mais alto do pódio: “Conhecemos bem esta competição. Eu já participei sete vezes e a equipa já a fez por treze ocasiões. Fizemos um excelente trabalho prévio e a tática funcionou. Já tínhamos conseguido o segundo e o terceiro lugares, mas ganhar é ganhar! Foi uma corrida incrível. A uma hora do final não acreditava que fosse possível vencer! O nosso carro esteve sempre a 100 por cento. Não tivemos nenhum problema mecânico e a vitória é justa, apesar do azar dos nossos adversários”, afirmou Rudolfs Skoks que, com 24 anos, é o elemento mais novo da Tempo 24H.

Como sempre, a corrida foi pródiga em incidentes e também por isso foram várias as equipas que passaram pela liderança. Começou a equipa de JC Brochard que esteve na frente durante as primeiras voltas. O domínio foi, contudo, apenas inicial. Depois disso, passaram pelo comando o A.C. Nissan Proto, o Chevrolet de Sébastien Vincendeau e o Sadev Orix de Stéphane Barbry. Durante a primeira metade desta maratona, foram constantes as trocas de líderes. Só depois das 12 horas é que a equipa de Mário Andrade estabilizou. Quando se previa que esta formação voltasse a bater recordes e vencesse em Fronteira pela sexta vez, a mecânica cedeu e foi o Mitsubishi Pajero da Tempo 24H que subiu ao palanque para celebrar o triunfo.

Destaque, também, para Victor Conceição, Nuno Pires e Tiago Rodrigues. No ano em que não houve pilotos portugueses no pódio, o que não acontecia desde 2005, a melhor formação totalmente lusa concluiu em quinto. Foi este trio que deu 110 voltas com a Nissan Navara. A equipa ficou atrás do Propultion Springbok de Andre Bastet.

Ainda não foi desta que o campeão nacional em título enriqueceu o seu palmarés com um triunfo em Fronteira. Depois de se ter sagrado bicampeão português em Portalegre, Ricardo Porém juntou-se a outro campeão nacional, Pedro Grancha. Os dois portugueses partilharam o MMP Rally Raid com Laurent Poletti e Ronald Basso e tinham como objectivo lutar pela vitória. Mas problemas no turbo do carro hipotecaram qualquer hipótese de ganharem a prova organizada pelo ACP. A equipa ficou em décimo, a 12 voltas dos primeiros classificados.

Na categoria T2, os vencedores foram Carlos Faustino, Hélder Cordeiro, Rui Pinho, Pedro Lopes e Jorge Caetano. A equipa do Nissan Pathfinder acabou no 13º posto absoluto e ganhou à Nissan Navara da equipa de Rómulo Branco que, depois de muitas horas na frente, se atrasou de forma irremediável devido à quebra, por duas vezes, dos triângulos de suspensão dianteiros direitos do modelo japonês.

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