ACO quer convencer IMSA a usar LMP1

07/02/2018

2020 promete ser um ano de grandes mudanças no desporto motorizado e o endurance também quer marcar o início de uma nova era por essa altura. A vontade do ACO é criar uma plataforma conjunta com o IMSA de forma a permitir que as equipas que competem nos EUA possam participar nas provas do WEC e vice-versa. É a solução ideal e aquela que mais agradará a todos, pois já várias marcas expressaram a vontade de poder participar em Daytona, Sebring e Le Mans com o mesmo carro.

Para o futuro, os responsáveis do WEC pretendem criar uma classe P1 que permitiria às marcas colocar traços característicos dos seus carros de estrada nas máquinas a colocar em pista, mantendo no entanto os atuais níveis de performance, com uma diminuição substancial de custos para os níveis praticados no IMSA, que usa neste momento um conjunto de regulamentos em linha com os LMP2. A vontade é aproximar o mais possivel os carros de 2020 aos DPi, tentando incluir tecnologia híbrida nos carros, o que poderá ser um entrave para os construtores americanos.

Se por parte do IMSA há interesse numa base comum, os construtores que competem no campeonato americano têm neste momento pouca vontade de abandonar o regulamento LMP2 que seguem na actualidade, mostrando pouca abertura em mudarem uma fórmula que tem sido de sucesso e tem convencido cada vez mais marcas.

Será portanto uma tarefa complicada a que se avizinha para o ACO. Uma plataforma comum terá sempre de pender muito para o lado dos DPi, que estão abaixo ao nível da performance e da tecnologia atual dos LMP1. Os americanos entenderam que para convencer os construtores é preciso criar um campeonato com tecnologia relativamente simples, barata e com possibilidade de entrar e ser competitivos num curto espaço de tempo. A vontade de inserir tecnologia híbrida será também algo a que os americanos irão torcer o nariz pois a corrida às novas fonte de energia por aqueles lados ainda tem pouca expressão.

Outro ponto que causa diferença de opinião é o possível regresso dos GT1, uma das soluções propostas para 2020, mas que vai contra a vontade das equipas no IMSA cuja algumas marcas não têm produtos no segmento dos super-desportivos e portanto pouco interesse neste tipo de configuração.

Há ainda um longo caminho a percorrer para que se atinja um entendimento que agrade o IMSA e que não descaraterize o WEC . O entendimento não é um dado adquirido pois do seu lado o IMSA tem os números e a crescente vontade de novas marcas em entrar no campeonato.
Fábio Mendes