André Villas-Boas foi ao hospital, mas tudo bem…

10/01/2018

Não acabou bem a participação de André Villas-Boas e Ruben Faria no Dakar, o que prolonga o muito azarado Dakar dos portugueses este ano. O piloto português, que se estreou este ano na prova cumprindo um sonho de menino, sofreu com uma das muitas armadilhas da prova com a dupla a sofrer um acidente muito habitual nas competições de TT no deserto.

Ao abordar uma duna, a Toyota Hilux caiu de bico e o impacto foi forte, o que provocou fortes dores ao piloto, que teve de ser transportado para o Hospital por precaução: “Foi um dia muito mau para a nossa equipa, já que o Nasser (Al Attiyah) ficou atascado duas vezes nas dunas, acabando por perder 45 minutos, depois foi o André Villas-Boas, que teve de ir para o hospital com uma dor nas costas. É pena porque o André estava a fazer uma boa estreia”, disse Jean Marc Fortin, patrão da Overdrive.

Entretanto, já de madrugada em Portugal, André Villas-Boas publicou no Instagram um texto a revelar que estava tudo bem com a dupla: “Só para dizer a todos que eu e o Rúben (Faria) estamos bem e de regresso ao acampamento. Nós saltámos uma duna e caímos com o nariz do carro. O Dakar, infelizmente, está terminado para nós. Mais sorte da próxima vez! Obrigado a todos pelas vossas amáveis ​​mensagens de apoio “, escreveu no Instagram.

Depois do 42º lugar na primeira etapa, André Villas-Boas e Ruben Faria mostraram na segunda tirada que levavam a lição bem estudada e apesar de algum tempo perdido na segunda etapa a classificação foi semelhante à da primeira etapa, o que significa que a nova dupla encontrou o seu ritmo desde bastante cedo.

No final da Etapa 1, Villas Boas disse que “estava um pouco ansioso, mas correu bem, afinal foi apenas a minha segunda vez nas dunas”, referindo-se aos testes de Marrocos: “Tudo foi perfeito para nós. Claro que foram só 31 km, depois tudo vai ser muito mais difícil”. E foi, mas, cumpriram e o repto está lançado por Rúben Faria: “o objetivo é chegar a Córdoba.” Em conversa com o piloto que tem, ex-aequo com Paulo Gonçalves o melhor resultado de sempre de um português no Dakar, o segundo lugar:

“A edição de 2018 é para mim um desafio completamente novo, a navegação, embora com o André, como ele tem pouca experiência e eu vou ter que ajudá-lo o mais possível em termos de trajetórias, abordagens às dunas, muita coisa. O carro é bom, mas vou tentar acalmar o André, tentar gerir o máximo, mas ele é inteligente, consegue captar bem a informação e fazer corretamente. Vai ser duro, mas vai correr bem. A nossa vontade é chegar a Córdoba, o objetivo não é o principal, mas sim único, que é passar pelo palanque no arranque do Dakar com bandeira de Portugal e vir para casa felizes e contentes, ele volta à vida dele, eu à minha. Tenho ambições de continuar a fazer o Dakar nos carros, mas para já o único objetivo é chegar a Córdoba no dia 20. No meu primeiro ano, cheguei ao final com 36 horas atraso. O pensamento acertado no Dakar é não se preocupar com resultados e conhecer de A a Z o Dakar, todas as pequenas coisas para se lá voltarmos, já termos uma base para poder progredir”, disse.

Como se percebe, isso não irá acontecer, já que logo por azar André Villas-Boas escolheu para se estrear o que deverá ser dos mais duros Dakar de sempre.