O ex piloto lembrou que foi a rivalidade entre os dois pilotos da Mercedes que alimentou os adeptos da F1 durante os três anos de domínio da marca alemã e por isso espera que a rivalidade interna se mantenha: “Se forem todos agradáveis uns com os outros não temos nada para falar. Precisamos de pessoas que nos atraiam. Nunca gostei de nenhum dos meus companheiros. Dou-me bem com o Mika Hakkinen agora, mas não éramos amigos enquanto companheiros de equipa, porque o êxito dele era o meu fracasso e vice-versa. Queres vencer esta pessoa, pelo que é difícil ser amigo dela”.
Lewis Hamilton é o atual líder da Mercedes. Chegou à equipa em 2013, depois da saída de Michael Schumacher, tendo conquistado dois títulos até ser batido por Rosberg em 2016. Para Coulthard ouvir Hamilton a dizer que se dá bem com Bottas é o mesmo que dizer “ainda não fui desafiado pelo Valtteri ou não vi nada nos dados que me assuste”. “Esperamos que o Bottas se converta numa grande personalidade, dê resultados à equipa e ponha o Hamilton nas cordas. Teríamos uma grande temporada se assim fosse”, acrescentou. Apesar de Bottas não ter ganho ainda nenhum Grande Prémio nos seus cinco anos com a Williams, o finlandês espera seguir os passos de Keke Rosberg, Mika Hakkinen e Kimi Raikkonen e dar mais um título da F1 ao seu país de apenas 5,5 milhões de habitantes.
David Coulthard também comentou a reforma antecipada de Rosberg depois de se sagrar Campeão do Mundo: “Tive algumas vezes com o Nico durante o inverno e falei com ele. O que me disse primeiro é que queria estar mais tempo com a família. Penso que quer ter uma vida normal, mas com a idade que tem pode-se vir a arrepender de tê-lo feito tão cedo. Schumacher voltou aos 40, eu fiquei pronto para parar aos 37, estava cansado das viagens, mas sabes, tinha 37 anos, aos 31 e 32 ainda tinha fome e motivação”.
O escocês também falou sobre a Ferrari, equipa que se não ganhar esta temporada completa 10 anos sem títulos de pilotos, depois do de 2007 alcançado por Kimi Raikkonen. Apesar de considerar a Mercedes favorita, Coulthard espera que se confirme ser esta uma Ferrari mais forte que nos últimos anos, “Kimi foi muito melhor no final da temporada que no início, o ano passado, mas com a sua idade já não vai conseguir ter a forma que tinha aos 20. Pode ganhar Grandes Prémios, mas não o vejo a bater Vettel consistentemente”. Já sobre os homens da Red Bull: “são uma das melhores duplas, espero coisas excecionais este ano vindas dali, e espero que o carro lhes permita lutar pelas vitórias”.
Desta forma, Davis Coulthard toca em todos os pontos decisivos deste Mundial de F1. Luta interna na Mercedes, que em caso de não haver equipas que os possam confrontar em pista, pelo menos haveria luta interna, tal como sucedeu estes últimos anos entre Hamilton e Rosberg. Uma Ferrari bem melhor que nos últimos anos significaria luta à Mercedes e o mesmo se aplica à Red Bull, que tendo uma excelente dupla de pilotos, só precisa de carro à altura para tornar ‘isto’ uma ‘conversa’ a três. E que bom que seria…Rodrigo Fernandes/AutoSport
