Dakar: X-Raid com pau para toda a ‘obra’, na despedida da Peugeot

03/01/2018

Este ano o Dakar tem um conjunto de fatores que, todos eles por si só, podem baralhar muito o que se espera da prova. Se o ano passado era mais ou menos aceite que os Peugeot tinham um conjunto carro/pilotos/equipa que seria muito difícil de bater, este ano esse facto não muda, mas tendo em conta que o percurso será muito mais duro, a X-Raid surge com uma novidade ‘forte’. É que tem o seu habitual Mini All4 Racing 4X4 bem como o novo Buggy de duas rodas motrizes.

Reforçando o facto que o Dakar deste ano terá uma grande ênfase na dureza do traçado, é lógico que os pilotos mais experientes podem sempre fugir melhor às muitas ratoeiras desta prova. Veja-se o exemplo do Rali Rota da Seda em que tanto Peterhansel como Loeb tiveram problemas e quem venceu foi Cyril Després.

Podemos fazer muitos exercícios de lógica, mas tudo acaba por entroncar num facto irrefutável. Mesmo que os carros fossem todos iguais, com quatro pilotos como Peterhansel, Loeb, Després e Sainz seria sempre a Peugeot a equipa de maior destaque. Um verdadeiro ‘Dream Team’, que para além disso tem um carro com muitas novidades. O novo Peugeot 3008 DKR Maxi viu as suas vias alargadas em 10cm de cada lado para melhorar a estabilidade, tendo também sido feitos alguns melhoramentos ao nível da suspensão. Foi aumentado significativamente o seu peso mínimo, enquanto os rivais, leia-se Mini e Toyota, estão 100 Kg mais leves. Seja como for, a Peugeot parte para o seu último Dakar como favorita.

A Mini tem uma grande novidade este ano. Corre com o seu habitual Mini All4 Racing, que foi amplamente melhorado, mas também com um novo Mini John Cooper Works Buggy, tendo desta forma uma arma para combater a Peugeot no ‘seu’ terreno, e ao mesmo tempo, no seio da equipa, continuam a desfrutar dos carros que já já foram perfeitos dominadores do Dakar. Como desvantagem, a Mini tem o facto de o buggy ser novo, e por isso está longe do nível de desenvolvimento do Peugeot.

Entre as melhorias do Mini All4 Racing destaca-se o emagrecimento, e um curso de suspensão que passa de 250 para 280 mm.

Fica por dizer que no Buggy vão estar Mikko Hirvonen, Bryce Menzies e Yazeed-Al Rajhi, enquanto o Mini ‘normal’, será pilotado por Orlando Terranova, Nani Roma, Jakub Przygonski e Boris Garafulic, que como se sabe tem o português Filipe Palmeiro ao lado.

Por fim, a Toyota, que vai à luta novamente, com uma Toyota Hilux 4WD revista, com um novo layout de motor, com um restritor maior, e uma nova afinação de suspensões, que visam dar aos pilotos um carro mais equilibrado.

O ponta de lança da equipa volta a ser Nasser Al-Attiyah, que leva Matthieu Baumel ao lado. Outra dupla favorita à vitória. No segundo carro estará Giniel de Villiers, com Dirk von Zitzewitz ao lado, e na terceira Hilux a dupla Bernhard Ten Brinke/Michel Perin.

Mais uma vez, nem os homens da Mini nem os da Toyota parecem ‘chegar’ para os da Peugeot, olhando só para a qualidade dos pilotos, mas como se sabe e já referimos, o Dakar é muito mais do que isso. Em termos de pilotos, a Toyota está melhor que a Mini.