A mais difícil decisão de Fernando Alonso

24/08/2017

A carreira de Fernando Alonso na Fórmula 1 pode estar a dar as ‘últimas’, não porque o espanhol não tenha valia para mais, longe disso, mas sim porque ‘esta’ F1 que tem tido nos últimos anos é pobre demais para a sua categoria. Merecia muito mais e os adeptos também mereciam que estivesse em condições de lutar com os grandes. Mas não é isso que acontece…

À primeira vista, destacar um piloto que tem somente 10 pontos e está apenas no 15º lugar do Campeonato de Pilotos como uma das figuras da temporada pode, à primeira vista, parecer desproporcionado, mas se olharmos atentamente para a sua época, chegamos à conclusão de que Fernando Alonso é uma força da natureza. O espanhol esperava ter este ano um carro que lhe permitisse lutar, pelo menos, pelos melhores lugares atrás das “três grandes”, mas a Honda voltou a acertar ao lado de uma unidade de potência competitiva e fiável, enviando os McLaren para o final da grelha de partida. Apesar dos bons sinais recentes, é neste contexto que o espanhol tem que tomar a decisão mais difícil da sua vida. Ficar na McLaren ou ir-se embora, provavelmente da F1…

Porém, nem por isso o bicampeão mundial deixou de dar o seu melhor, tendo mesmo afirmado que nunca na sua vida pilotou tão bem como neste ano. Ao longo da sua carreira Alonso já nos habitou a colocar carros pouco competitivos em lugares que não merecem – basta lembrar 2012 – e para quem gosta de pilotagem e combatividade, as prestações do piloto de Oviedo têm sido um verdadeiro regalo. O espanhol dominou completamente Stoffel Vandoorne – um jovem piloto da cantera da McLaren que muitos consideram ser capaz de conquistar títulos no futuro – tendo sido batido por ele em qualificação por apenas uma vez em 10 corridas e, normalmente, sempre que se viu um monolugar de Woking em posições pontuáveis, era habitualmente o número 14.

No Grande Prémio da Hungria Alonso assegurou o seu melhor resultado da temporada, o sexto posto, mas o traçado húngaro não é muito exigente para os motores e o chassis de Woking é um dos melhores do plantel, sendo, portanto, um resultado mais ou menos esperado, muito embora o “nuestro hermano” se tivesse visto obrigado a uma intensa luta com Carlos Sainz. Contudo, a sua performance no Canadá, onde num circuito em que a potência é determinante, foi extraordinária, evidenciando todo o seu calibre, e só um problema… na unidade de potência da Honda o impediu de assegurar um improvável nono posto e dois pontos, que seriam os primeiros do seu pecúlio.

Para além de continuar a impressionar na Fórmula 1, Fernando Alonso disputou ainda as 500 Milhas de Indianápolis, evidenciando o seu ecletismo ao lutar pelo triunfo na clássica norte-americana até o motor Honda partir. Agora, resta aguardar pelas decisões, da McLaren e de Alonso.

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