Endurance: Nova geração de protótipos em 2020

09/06/2018

A FIA deu luz verde a novas regras do Mundial de Endurance para 2020, e muito resumidamente, vamos passar a ter concepts baseados em híper carros. Podemos chamar-lhes Super GT, ou ‘GTP’ (Grand Tourism Prototypes), mas serão sempre protótipos, que não terão por base um modelo de produção, bastando que ‘deem ares’ à marca que representam. Curioso é o facto da FIA pretender que custem 25% dos custos atuais dos LMP1 Híbridos.

Os detalhes serão apresentados amanhã quando a FIA e o promotor do WEC, o Automobile Club de l’Ouest, divulgarem os regulamentos. Com as novas regas, os construtores vão desenvolver carros com algum nível de tecnologia híbrida. Tudo se saberá amanhã, hoje ficou apenas a certeza do caminho que se irá seguir.

Ironicamente, a mesma relevância tecnológica que foi uma das bandeiras do WEC nos últimos anos, quase ‘matou’ a competição, e este é um passo em frente. A redução dos budgets é agora absolutamente fundamental, embora se pretenda alguma manutenção da inovação tecnológica.

Como se percebe, os homens do ACO e FIA pretendem que a próxima geração dos protótipos possa ter semelhanças (ou apenas os ‘ares’ da marca) com os carros de estrada, de cada um dos construtores, algo que foi já adotado no final dos anos noventa e início do século com sucesso.

Para isso, verdadeiros protótipos poderão vir a ter carroçarias que lhes permitirão aproximar dos produtos das marcas, havendo uma janela de performance aerodinâmica, em que cada carro terá que estar para que possa existir um equilíbrio competitivo sem que o aspecto característico de cada um dos construtores seja um fator de desequilíbrio. Basicamente, a ideia consiste em aplicar aos protótipos a fórmula dos carros da categoria GTE, que são testados e mensurados no túnel de vento da WindShear na Carolina do Norte, antes de lhes ser aplicado o Balanço de Performance (BoP).

O conceito será mais elaborado que aquele aplicado atualmente nos Daytona Prototype (Dpi), os sport-protótipos que correm nos Estados Unidos da América que têm como base os atuais LMP2 e uma carroçaria com parecenças estéticas aos carros de produção.

A abrupta saída da Audi em 2016 e a não menos rude retirada da Porsche em 2017 deixaram à vista as fragilidades de uma categoria que embarcou numa roda louca de custos astronómicos, associados a uma tecnologia incompreensível ao espetador comum e de difícil justificação. As consequências poderiam ter sido devastadoras, principalmente, quando a Peugeot em outubro passado anunciou que não regressaria à disciplina.

Agora, resta saber que construtores poderão aderir à ideia. A Toyota já admitiu continuar, Zak Brown também disse que a McLaren pode estar interessada, apesar de se ter retirado das corridas de resistência para rumar à Fórmula E, a Porsche também quis ter assento na távola redonda, assim como a Ford que vai examinando cautelosamente o passo seguinte ao projeto GTE. Seja como for, a última geração de LMP1 híbridos proporcionaram momentos inesquecíveis, mas está na altura de virar a página.

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