F1: Force India perto da insolvência?

04/07/2018

Quem o escreve é a brasileira Globo, o que a ser verdade, pode levar com que a época de F1 acabe com apenas 18 carros na grelha. Segundo a informação colocada a circular, os problemas da equipa agudizam-se e Chase Carey teve uma longa reunião com Bob Fernley, líder da equipa no terreno. Segundo se sabe, se não for encontrado um comprador até ao fim de julho, a Force India pode fechar portas. Segundo a Globo, há três possíveis compradores: “Um é americano com ligações a John Malone, dono da Liberty Media. Outro é russo, e por fim, o terceiro é Andreas Weissenbacher, dono do patrocinador principal da equipa, a BWT”. Provavelmente, tendo em conta o que a equipa tem feito nos últimos anos com pouco dinheiro, quem ficar com a equipa pode fazer um… negócio da China.

Manor foi a última
Pouco depois de US F1, Lotus Racing, Virgin F1 e HRT F1 garantirem os seus lugares no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 a sua tarefa já era muito mais complicada que no momento em que assinaram os formulários para participar no concurso público da FIA. Qualquer uma delas iniciou o seu projeto partindo da premissa de que 50 milhões de euros seriam suficientes para participar condignamente na categoria máxima do desporto automóvel, bastando o dinheiro disponibilizado pelo Formula One Group para garantir uma parte significativa do budget.

Quando a meio de 2009 a FOTA e Max Mosley assinaram um acordo que remetia, de uma forma mais ou menos discreta, para as calendas gregas a introdução de um teto orçamental, as três equipas escolhidas estavam claramente sub-dimensionadas em todos os aspetos, uma vez que mesmo a Toro Rosso gastava cerca de 100 milhões de euros por temporada, sendo evidente a diferença entre as estruturas estabelecidas e as novas.

A primeira vítima foi a US F1, de Ken Anderson – director técnico americano –, e Peter Windsor – jornalista e antigo diretor desportivo da Ferrari – que na prática nunca saiu do papel, evidenciando que talvez não tenham sido as capacidades de cada um dos candidatos a determinar o desfecho do concurso público, mas antes as afinidades e interesses políticos com Mosley. Por oposição à US F1, que na verdade não passava de um conjunto de intenções de duas pessoas, a Prodrive, uma estrutura edificada e liderada por David Richards, vencedora em diversas categorias, foi colocada de parte, conhecendo-se as diferenças de opinião entre o antigo chefe de equipa da Benetton e da BAR e o presidente da FIA.

As restantes novas equipas – Lotus Racing, Virgin F1 e HRT F1 – estavam claramente inúmeros passos atrás das estruturas estabelecidas e isso não se devia ao facto de serem estreantes, como em 2016 se verificou com a Haas F1 Team, mas sim à sua pouca preparação para enfrentar um campeonato que é, inegavelmente, um dos mais difíceis do mundo. Rapidamente etiquetadas como equipas low-cost, rodaram consistentemente no fundo dos pelotões e longe das restantes equipas, sendo vistas como projetos falhados que se arrastavam pelas corridas. Esta imagem pouco em consonância com a Fórmula 1 acabou por impedir que cada uma das estruturas conseguisse atrair patrocinadores sérios ou investidores que realmente estivessem interessados em garantir que a sua equipa pudesse florescer num habitat onde é muito complicado sobreviver, atraindo habitualmente interessados em colocar um pé no paddock para garantir alguns negócios ou, os mais desavisados, alcançar algum lucro rápido. Cada uma delas acabou por sucumbir, primeiro a HRT, que claramente era a menos preparada das três, depois a Lotus/Caterham com o desencanto de Tony Fernandes e por fim a Virgin/Manor.

Com o desaparecimento da equipa que surgiu do desejo de John Booth e Graeme Lowdon, desvaneceu-se na altura uma das últimas jogadas políticas de Max Mosley, que em 2009 pretendia implementar um teto orçamental contra a vontade de todas as equipas. Resta saber se a Liberty Media o consegue fazer. Pelo menos conversas nesse sentido, já há…