F1: Verstappen surpreendido com a saída de Ricciardo

23/08/2018

Foi com surpresa que Max Verstappen recebeu a notícia de que Daniel Ricciardo iria trocar a Red Bull pela Renault. O holandês, que tem meia centena de corridas como colega de Ricciardo, avaliou a mudança do australiano, afirmando que não acredita que seja a melhor opção:

“Acho que todos temos momentos nas nossas carreiras em que estamos frustrados ou não estamos satisfeitos com a situação atual. Todos queremos ganhar corridas e ganhar campeonatos. Às vezes temos de ser pacientes e trabalhar duro. Às vezes é preciso que todo conjunto comece a trabalhar bem. Acho que é nisso que a Red Bull está a trabalhar neste momento e estou confiante que eles podem fazer um carro capaz de vencer todas as corridas. Por isso foi uma surpresa para mim vê-lo sair [Ricciardo]. Não tenho certeza se é a melhor mudança. ”

Verstappen acrescentou: “Eu acho que dentro da Red Bull sempre fomos tratados de forma igual. Também não sinto que me vou tornar um líder. Eu apenas tento fazer o melhor trabalho possível para a equipa e para mim. Eu tenho mais experiência do que ele [Gasly], e vou tentar usar essa vantagem.”

Continua a ser um dos temas mais falados desta paragem de verão que agora termina. Ricciardo trocou uma Red Bull forte, capaz de dar a volta a cenários difíceis, com uma estrutura talentosa e com Adrian Newey, que garante muita qualidade nos chassis, por uma Renault ainda em crescimento, com muito trabalho pela frente quer ao nível do chassis como do motor. Por outro lado Ricciardo troca uma equipa que vai começar uma nova parceria (com a Honda) e que terá de sofrer um período de adaptação, por uma equipa oficial, com uma estrutura com muito dinheiro investido e que continua a crescer, com planos ambiciosos e com vontade de vencer em breve. Não parece que Ricciardo tenha fugido da luta com Verstappen. Ricciardo chegou à Red Bull no reinado de Vettel e conseguiu ter a equipa do seu lado. A sua qualidade e forma de trabalhar não fica a dever a nenhum dos grandes pilotos do grid e o dito receio de ser o número dois de Verstappen não parece fundamentado, pois ele já provou que pode dar a volta a um cenário desse género.

Talvez tenha sido o fator monetário, ou o desafio de pegar numa equipa e leva-la à vitória, ou provar que pode ser competitivo noutro ambiente que não o da Red Bull. Ou talvez não confie na Honda e na capacidade nos japoneses. O certo é que agora Max ficará como líder oficial ou oficioso, e Ricciardo encontrará o seu amigo Hulkenberg, o que poderá ser uma luta interna interessante mas talvez mais simples de gerir. Só o tempo dirá ser foi uma decisão acertada.

Fábio Mendes/Autosport