Fórmula 1: As principais novidades para 2018

10/01/2018

Como é habitual em cada inicio de época, a FIA apresenta algumas alterações aos regulamentos. São vários os casos de alterações que fizeram os fãs revirar os olhos e para 2018 há pelo menos uma ou duas que prometem dar que falar.

Começamos, no entanto, com as boas notícias: A F1 disse adeus as barbatanas e aos ‘cabides’. Os novos regulamentos técnicos impedem o uso de esse tipo de apetrechos aerodinâmicos, que serviam para direcionar o ar de forma mais eficiente e criar mais apoio aerodinâmico na traseira. A Mercedes chegou até a testar uma solução com uma barbatana aberta em cima para permitir um melhor arrefecimento, tipo chaminé, mas para 2018 isso está fora de questão (as barbatanas poderão ainda existir mas de forma muito menos vistosa que em 2017).

Nada de truques
A seguinte mudança terá menos impacto visual, mas poderá afetar as equipas, neste caso a Red Bull e a Ferrari. Trata-se da eliminação de um sistema nas suspensões dianteiras dos carros que permitia uma variação na altura ao solo, dependendo da posição do volante. Uma espécie de suspensão ativa que permitia controlar a altura ao solo dos carros e assim ganhar mais apoio aerodinâmico. Para 2018 fica na gaveta.

Pneus híper macios
Se achou os carros do ano passado ainda um pouco lentos, tem motivos para ficar contente. A Pirelli jogou pelo seguro em 2017 e fez pneus algo duros, não tendo a perfeita noção da exigência de que os novos carros teriam nas borrachas. Depois de um ano a recolher dados e a testar, os italianos criaram novos compostos, mais macios que os do ano passado e aumentaram o leque de opções para as equipas. Se na época passada havia 5 opções disponíveis, para 2018 são 7 os tipos de pneus à escolha. As duas novidades são os híper macios (cor de rosa) já elogiados por Hamilton, que serão mais macios ainda que os ultra (cor roxa) que foram o composto mais rápido usado. No completo oposto estão os novos super-duros, um composto que promete ser usado tantas vezes, quanto um protetor solar no inverno. Espera-se que os novos pneus façam só por si cair os tempos em 1 segundo, comparativamente ao ano passado, tornando-os os pneus mais rápidos da história da F1 (dizem eles). Mas se gostou de ver os recordes de pista caírem, parece que vem nova dose de recordes a caminho.

Penalizações mais simples
Quando falamos em mudanças na F1, estamos sempre à espera de algo complicado e por isso é animador ver uma regra feita para simplificar as coisas. Serve isto para dizer que as penalizações em 2018 serão mais simples de seguir. Se até agora tivemos penalizações que podiam chegar aos 40 lugares devido a trocas de elementos nos motores (o que numa grelha de 20 carros fazia pouco sentido) a partir do GP de Melbourne as coisas são simples… 15 lugares de penalização ou mais e os pilotos têm via aberta para o último lugar e não vamos ter de andar de calculadora a pensar quantos lugares vai perder o piloto x, por ter trocado 3 elementos do motor. Mais simples para todos e mais eficaz.

Halo
Vamos agora à pior parte. Não podiam ser só boas noticias, senão não era a F1. Começamos pelo Halo. Depois de 3 anos a franzir o sobrolho por causa dos narizes dos carros, 2017 trouxe-nos a alegria de ver máquinas mais agradáveis visualmente. Claro que tivemos as barbatanas e os cabides, mas até conseguíamos relativizar isso (bastava lembrar dos narizes dos McLaren e Toro Rosso de 2014). Mas o halo passará de rumor, que queríamos acreditar que não se concretizaria, em realidade. A busca de segurança levou a FIA a implementar o dispositivo (a contragosto de muitos) que pretende proteger a área mais sensível do piloto e ao mesmo tempo a que está mais exposta. Não é ainda a solução ideal, mas os responsáveis preferem ter carros feios mas mais seguros do que ter um desgosto sabendo que podiam ter evitado isso. Pode ser que as cores disfarcem.

Três motores por época
E por fim outra má notícia (especialmente se for japonês e trabalhar para a Honda). Para 2018 apenas três motores serão permitidos durante toda a época. Numa fase em que todos discutem o preço e a complexidade dos motores, com algumas equipas a apresentar níveis de fiabilidade parecidos aos que se tinha nos anos 70, diminuir o número de unidades motrizes pode parecer um contrassenso, mas foi algo acordado desde início por todos e a FIA não quis dar um passo atrás. Manter os 4 seria provavelmente o melhor compromisso para todos os envolvidos, mas nisto do grande circo já se sabe… consensos e compromissos que beneficiem todos são difíceis de atingir. Espera-se que a nova regra das penalizações seja usada com mais regularidade do que se gostaria.

Ainda assim, são poucas as mudanças para uma prometedora época de 2018. A Mercedes terá de defender-se da Ferrari que, segundo dizem os rumores, está muito contente com os resultados vindos do túnel de vento do novo chassis. Já os germânicos deram indícios de uma mudança significativa na filosofia da sua máquina, algo que apenas em fevereiro poderemos confirmar. A Red Bull quererá intrometer-se nesta luta, mas talvez tenha de primeiro lidar com a ameaça McLaren, que apresentou um chassis muito bom no ano passado. Se mantiverem o nível e com um motor igual ao dos Bull´s, o panorama no top 5 promete mudar bastante, até porque a Renault está cada vez mais agressiva e quer dar novo passo em frente. A Force India terá de enfrentar novos desafios, mas já nos habituou a responder de forma positiva, a Toro Rosso (que habitualmente faz chassis muito bons) terá a Honda como fornecedor exclusivo, o que pode tornar-se num trunfo, caso os japoneses consigam melhorar e mesmo a Haas e a Sauber (agora Alfa Romeo) deverão apresentar-se mais competitivas. Se estamos entusiasmados e ansiosos por este novo ano? Bastante!