Fórmula E: Jean-Michel Verne foi rei em Paris

28/04/2018

O parisiense estava entusiasmado e depois da “pole position” obtida na pista dos “Invalides” desenhada na zona nobre da cidade de Paris, Jean Eric Vergne tnha apenas uma missão: vencer em casa e consolidar a liderança da FIA Fórmula E depois de vitórias em Santiago do Chile e em Punta del Este, Uruguai.

Se assim o pensou, melhor executou, pois, o francês nascido na cidade Luz não deu hipóteses aos seus adversários, não cometeu o mais pequeno erro e liderou da luz à bandeira de xadrez de forma irrepreensível. Conseguiu, também, juntar-se a Sebastien Buemi e a Lucas Di Grassi como o terceiro piloto a vencer mais de duas corridas numa só temporada (Buemi venceu 6 de uma assentada ainda nos primeiros passos da disciplna).

O piloto da Techeetah viu, durante muito tempo, a cópia do seu carro nos espelhos retrovisores já que Andre Lotterer rodou 48 das 49 voltas da corrida realizada hoje em Paris no segundo lugar. Porém, menos hábil na arte de poupar e regenerar energia naqueles preciosos momentos em que isso é possível, Lotterer ficou á mercê do “veterano” Lucas di Grassi. O brasileiro foi pressionando nas zonas mais críticas e quando o carro do alemão ficou sem energia, passou, tranquilamente, para o segundo lugar, culminando, assim, uma bela recuperação. Quanto a Lotterer, saiu-lhe a fava! Já depois de ter sido passado por Di Grassi mas feliz porque o terceiro lugar estava ali à mão, viu Sam Bird distrair-se e acertar-lhe em cheio na traseira do seu monolugar. Ficará como o postal ilustrado desta corrida de Paris, além da imagem emocionada de Vergne no pódio, Sam Bird cruzar a linha de meta em três rodas, com a quarta roda encavalitada por cima do habitáculo, e Lotterer a terminar em sexto com o carro sem bateria e quase sem traseira.

Esta situação culminou uma corrida que não conheceu muitos momentos quentes, embora no meio do pelotão um piloto tenha dado nas vistas. Daniel Abt estava endiabrado e veio lá do meio da grelha até ao sétimo lugar graças a ultrapassagens no limite e alguns empurrões que suscitaram, mesmo, a atenção dos comissários desportivos. Contas feitas a tanta bravura e determinação, o sétimo lugar foi o melhor que o piloto alemão da Audi Sport conseguiu, ficando atrás de Maro Engel, que com o quarto lugar conquistou a sua melhor classificação de sempre na disciplina, na frente de Sebastien Buemi, cuja corrida foi uma coleção de momento de menor concentração.

Aziaga foi a prova de António Félix da Costa. Depois de uma qualificação onde se deu ao luxo de entrar na Superpole – aí foi prudente e evitou deixar o carro às peças num dos muitos muros do circuito – arrancou mal e perdeu um par de posições. Na quarta volta conheceu problemas com a travagem, foi em frente numa das curvas do circuito, perdeu muito tempo para sair de lá e acabou por atirar a toalha ao chão terminando, assim, um ciclo de 13 corridas sempre a levar o monolugar até á bandeira de xadrez. Continuam as dificuldades para a equipa Andretti nesta aventura pelo mundo das corridas elétricas e a BMW terá muito para fazer quando tomar conta, efetiva, da equipa. Para já, Félix da Costa e Tom Blomqvist, seu colega de equipa, não vão fazer os testes com o novo carro da Fórmula E (o Gen2) e isso pode ser visto como um

empurrão, cada vez mais claro, de António Félix da Costa para os carros de GT. Onde ele, aliás, estará presente no WEC ao volante de um BMW M8 GTE.

Contas feitas ao campeonato, Jean Eric Vergne tem, agora, 31 pontos de vantagem para Sam Bird, seguindo-se Felix Rosenqvist, a 61 pontos do líder, Sebastien Buemi, a 77 pontos e a fechar os primeiros cinco colocados da competição, Lucas di Grassi, já a 89 pontos de Vergne. Félix da Costa é apenas o 15º classificado com singelos 16 pontos.

A próxima prova da Fórmula E será o E-Prix da Alemanha, a disputar-se no dia 19 de maio na cidade de Berlin.

José Manuel Costa/Autosport