Imperdível: O murro de Wolff, Hamilton a dançar ou a cara de Arrivabene?

18/03/2017

ma para se ‘preparar’ para a temporada de Fórmula 1 que aí vem é recordar a ação da anterior. Da decisão do título na última jornada à retirada do eventual campeão, 2016 foi um ano repleto de motivos de interesse no meio de novo domínio da Mercedes. Começou com um arranque fenomenal de Nico Rosberg. Teve a primeira polémica no GP de Espanha, ganho pelo surpreendente Max Verstappen, e a primeira reviravolta antes da pausa do verão, quando, após o GP da Alemanha, Lewis Hamilton recuperou de um défice de 43 pontos para assumir o comando do campeonato. A segunda surgiu logo a seguir, depois de Nico Rosberg encabeçar nova senda de triunfos nas visitas à Bélgica, Itália e Singapura.
Quatro vitórias do colega de equipa nas últimas quatro provas do ano traduziram-se depois num final de temporada de cortar a respiração, com Rosberg a reclamar o primeiro (e último) título mundial da carreira por apenas cinco pontos, com menos vitórias (9 contra 10) do que Hamilton, e após uma estratégia arriscada do rival, que abrandou propositadamente o ritmo da corrida que teve lugar em Abu Dhabi. Houve drama, tensão, polémica. Mas no final houve mais do mesmo: pelo terceiro ano consecutivo, a Mercedes levou todos os títulos em disputa para casa, vencendo 19 das 21 etapas do campeonato mais extenso da história da Fórmula 1.

Mesmo que os livros dos recordes tendam a olhar apenas para as estatísticas, o que facilmente descartaria 2016 como um ano memorável na modalidade dado o domínio dos ‘flechas prateadas’, a verdade é que esta temporada libertou algumas estrelas, confirmou outras, relegou para segundo plano antigos membros da constelação dos eleitos e provou que existem outros que, por mais anos que estejam no ativo, continuarão a brilhar sempre, com carro ou sem ele. É o caso de Max Verstappen, cuja promoção à equipa principal da Red Bull foi mais do que merecida, traduzindo-se numa espetacular vitória logo na sua prova de estreia com a equipa, embora beneficiando do contacto da primeira volta entre os dois Mercedes. E igualmente de Daniel Ricciardo, que fez tudo para manter o seu estatuto em Milton Keynes, apesar da ameaça do holandês. É também a situação de Stoffel Vandoorne, que conseguiu terminar nos pontos na primeira corrida que fez com a McLaren após o incrível acidente de Fernando Alonso no GP da Austrália, de Pascal Wehrlein, que deu um pontinho à Manor, ou de Esteban Ocon, que chegou a meio do ano para superiorizar o colega de equipa e garantir a promoção à Force India em quatro meses de Fórmula 1. Mas também de Daniil Kvyat, devolvido à Toro Rosso e de ‘cabeça perdida’ durante grande parte da época. Ou então de Fernando Alonso, que continua a fazer ‘milagres’ ao volante de um monolugar pouco competitivo. Adiante. 2016 foi igualmente o ano em que a ‘velha guarda’ saiu de cena. Felipe Massa teve 50 dias fora, mas como se sabe, voltou), Jenson Button, Ron Dennis e Nico Rosberg. Para abrir caminho para uma nova geração de pilotos e dirigentes. Em que uma equipa norte-americana voltou a fazer parte da Fórmula 1, tal como a Renault, que voltou a recomprar Enstone. Em que a Sauber provou que as equipas de menor dimensão têm cada vez mais dificuldades em sobreviver na Fórmula 1, e em se manterem no ativo sem o apoio de pilotos pagantes. Não fossem os investidores de Marcus Ericsson e o ‘sonho’ de Peter Sauber podia não existir. Mais do que as palavras, fique com as imagens. Clique aqui.

José Luís Abreu/AutoSport