Os recordes (quase) imbatíveis da F1

28/03/2017

Que os recordes foram ‘feitos’ para ser batidos é um lugar comum, mas na F1 há alguns que nunca o poderão ser. Ou quase! É o caso do que sucedeu na qualificação do GP da Europa de 1997, quando Jacques Villeneuve (Williams-Renault), Michael Schumacher (Ferrari) e Heinz-Harald Ftrntzen (Williams-Renault) realizaram, os três, 1m21.072s. Quebrar este recorde, só quatro ou mais pilotos fazerem o mesmo. Impossível não é, mas…

Este é só um exemplo de uma situação inusitada, mas são este tipo de coisas que ficam para a história. Vamos recordar alguns dos recordes mais significativos da história da F1. Muita gente achava que quando Ayrton Senna chegou às 65 pole positions, o recorde ficaria para sempre, mas Michael Schumacher achou que para sempre é muito tempo. O alemão tem 68 pole-position, e Lewis Hamilton já vai em 62… As 91 vitórias de Michael Schumacher são um caso que pode bem durar, durar, e durar. Mas também alguém disse o mesmo das 51 vitórias de Alain Prost…

Bom, mas o recorde do arranque de temporada mais cedo na F1, só se o Grande Prémio começar mais cedo. Entre 1965 e 1968 a F1 arrancava a… 1 de janeiro. Hoje em dia a F1 começa em março, mas até aos anos 80 era normal começar em janeiro. Outro recorde que não vai ‘entregar’ o seu recorde facilmente é o GP do Canadá de 2011, que durou 4h04m39.537s. Uma ‘chuvita’ interrompeu a corrida durante cerca de duas horas, e de acordo com as regras da F1, o relógio continua a contar. Quando terminaram as 70 voltas, já passava das ‘tais’ quatro horas… Para a história fica o facto de Jenson Button ter vencido a corrida mais longa da história da F1.

Pedro Matos Chaves falhou a pré-qualificação para uma corrida de Fórmula 1, 13 vezes. Mas não esteve sozinho nessa luta, pois o recordista é e continuará a ser, Gabriele Tarquini, que falhou 24 vezes o acesso à qualificação para o Grande Prémio. Rezam as estatísticas que o italiano tem 38 Grandes Prémios de Fórmula 1 em…78 tentativas! 40 vezes nem chegou à qualificação.

Hoje em dia é difícil que um Grande Prémio precise de pré-qualificações, pois a F1 está pela “hora da morte”, mas no passado, faziam fila. O recorde pertence ao GP da Alemanha de 1953, 34 concorrentes. Mas há uma explicação. Havia poucos F1, e por isso os F2 também participavam… As grelhas de hoje só permitem 26. No pólo oposto, todos nos lembramos (ou quase) da corrida que detém o recorde negativo. Cinco carros à partida do GP dos EUA de 2005, o ‘tal’ do pódio de Tiago Monteiro. Por falar em pódio, o GP da Suíça de 1950 somava 140 anos e 93 dias (Giuseppe Farina, Luigi Fagioli e Louis Rosier), uma média de 46 anos e 27 por piloto. Com a geração Playstation a crescer, não há-de tardar muito que 46 anos, seja a soma dos três…

Hoje em dia isso é quase impossível, mas no passado era normal haver pilotos de F1 acima dos 40 anos. Mais recentemente, Michael Schumacher correu até aos 43 anos. O primeiro GP da história da F1 só teve um piloto com menos de 30 anos…

E os recordes continuam. Mais pódios numa época, Michael Schumacher, 2002: 100% (17 de 17); Ir ao pódio em toda a sua carreira na F1 é que dificilmente acontecerá mais vezes. Aconteceu, uma vez, com Dorino Serafini, que terminou a única corrida que fez no pódio…

Houve, como se sabe, muitas corridas aborrecidas na F1, mas nenhuma como o GP da Bélgica de 1963, corrida ganha por Jim Clark, em Lotus Climax. Só que o Cooper Climax do segundo classificado, Bruce McLaren, chegou… 4m54s depois. Bom mas pelo menos não levou nenhuma volta de avanço, pois Spa tinha 14.1 km e aquele GP foi à chuva. Há muitos mais exemplos que podiam aqui ser referidos, mas a F1 vai continuar a produzir números para a história. Qual será o próximo?

José Luís Abreu/AutoSport

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