O que pretende fazer a Eleven Sports com a Fórmula 1 em Portugal

15/09/2018

Falámos com Pedro Pinto, Diretor Não-Executivo da Eleven Sports Portugal, ‘cara’ no nosso país da empresa que em 2019 passará a deter os direitos de transmissão da F1, e quisemos saber o que pretende fazer a empresa com esta disciplina tão querida em Portugal pelos adeptos. Portanto, a primeira questão foi clara: O que vai fazer a Eleven Sports?

Pedro Pinto: “Em todos os mercados em que a Eleven entrou teve sucesso. Porque coloca o adepto no centro das atenções, tenta aumentar a ligação para com aqueles que têm paixão pelos conteúdos que a Eleven Sports adquire, e é essa a nossa estratégia em Portugal também, mais uma vez acredito que com um novo estilo, com um ‘approach’ mais informal e mais coletivo, envolvendo os adeptos e os espectadores, temos a certeza que esta estratégia, e esta visão vai ter o mesmo sucesso em Portugal, que teve noutros países. A Eleven já entrou noutros mercados que pareciam ser complicados, mas que acabaram por se adaptar a um novo panorama. Tudo o que posso dizer é que a Eleven tem uma fórmula de sucesso, já o provou noutros mercados e acreditamos que em Portugal isso irá acontecer com mais ou menos dificuldades” começou por dizer Pedro Pinto, que foi ainda um pouco mais longe:

“O que nós achamos é que, e falando um pouco no produto Fórmula 1, nós acreditamos que existe uma grande oportunidade, para promover este produto em Portugal. A nosso ver, nunca foi tratado da forma que devia ter sido, tradicionalmente, desde que vejo F1 em Portugal, a TV portuguesa nunca investiu em ter correspondentes ou repórteres nas corridas, a fazer entrevistas com os pilotos, em fazer o trabalho de passar o ambiente de que é a F1, é esse o trabalho que vamos fazer e foi também por isso que conseguimos os direitos em Portugal, pois temos um excelente relacionamento com a F1. Eles têm gostado muito do que tem sido feito na Polónia, onde revolucionaram completamente a forma da F1 ser transmitida, e é isso que temos ambições de fazer em Portugal, que é colocar pessoas em todos os Grandes Prémios, contar mais histórias, e criar essa ligação emotiva, entre o produto e o adepto, que vai com certeza entusiasmar aqueles que já são adeptos de F1, mas irá também criar uma nova base, esperamos nós, de adeptos para o futuro.

A nível de desportos motorizados iremos também ter a Fórmula 2 e F3, estamos constantemente no mercado à procura de oportunidades que poderão surgir, mas ainda não os explorámos. Sabemos por exemplo que os ralis têm uma grande base de adeptos em Portugal portanto vamos, com certeza, olhar para estes produtos e se surgirem oportunidades interessantes, a nível financeiro também, não vejo razões para não investirmos nisso.”

AS: Têm um acordo de três anos para a F1. Como vai ser, o que vão fazer? Que detalhe relativamente às transmissões nos pode dar, dado que para os nossos leitores, muito especializados, esse tipo de informação é fundamental para tomarem as suas decisões…

PP: “O que nós queremos é estar presentes e marcar bem essa presença. Garantir entrevistas com pilotos, estar no paddock, falar com adeptos, contar histórias à margem e não só do que acontece no evento, queremos abrir a cortina de um mundo que até agora tem sido pouco visto no mercado português. Portugal já não tem um Grande Prémio há muitos anos, mais de 20, e por isso há poucas pessoas que estiveram num fim de semana de F1 em Portugal, e nós queremos passar essa emoção e todo esse mundo, para o público português. Queremos prestar mais atenção com tudo o que se passa num fim de semana, não só na corrida, mas nos três dias de prova. Queremos aumentar o volume, drasticamente, do que é a emoção da F1 em Portugal. E acho que vamos conseguir, porque foi isso que fizemos no mercado polaco. Não quero dizer que tenha de ser um investimento gigantesco, mas gostávamos de ter equipas ágeis no terreno, que possam estar lá quando as histórias acontecem. Não é num estúdio em Lisboa que vamos contar essas histórias é no terreno, espalhados por esse mundo fora. É ter uma equipa presente para fazer passar tudo aquilo que acontece. Uma equipa portuguesa, claro…”