Rali das Camélias: Paulo Neto vence ‘em casa’

01/12/2018

Quase três décadas depois, o Rali das Camélias ‘devolveu’ os ralis a Sintra e à região saloia, numa prova que animou e muito as regiões de Sintra e Mafra. Depois duma época difícil, Paulo Neto e Vítor Hugo venceu de forma soberba um rali, rodando sempre nos lugares da frente, e sabendo estar no sítio certo à hora certa para vencer.

Apesar de alguns ‘problemas de juventude’, o empenho dos homens e mulheres do Clube Motorismo de Setúbal tudo ultrapassaram, levando a bom porto uma prova que tem tudo para se constituir como a alternativa que faltava aos ralis nacionais para um futuro a médio prazo.

O simples facto de ter sido ‘recuperada’ a zona de Sintra para os ralis é uma enorme mais valia, e caso seja possível dar-lhe sequência, as suas estradas são das melhores, e mais míticas, que existem nos ralis nacionais. Já na zona de Mafra, o AutoSport pode testemunhar bons percursos, troços difíceis, que contribuíram para um rali competitivo, com quatro vencedores diferentes em sete especiais, e dois líderes, primeiro Carlos Fernandes, que comandou a prova do primeiro ao terceiro troço, terminando a manhã com 7.4s de avanço para Paulo Neto, mas com um problema com o turbo a manifestar-se no Mitsubishi Lancer de Carlos Fernandes, o piloto já não chegou à quarta especial, perdendo aí a liderança para Paulo Neto que a levou até ao final.

Antes, Carlos Fernandes entrou muito forte na Lagoa Azul/Peninha, o troço de Cascais, e ‘cravou’ 22.0s na concorrência mais próxima, precisamente, Paulo Neto, com Rui Madeira a 22.7s e Pedro Clarimundo a 25.3s. Gil Antunes não ficou muito mais longe, mas um mau acerto do carro não lhe permitiu grandes veleidades durante a manhã.

Carlos Fernandes venceu novamente o segundo troço, Sintra, batendo Rui Madeira por 15.0s, mas o terceiro lugar de Paulo Neto manteve-o como o piloto mais perto do líder.

Na terceira especial, Mafra, e já num percurso totalmente diferente da Serra de Sintra, Gil Antunes venceu, dois décimos na frente de Paulo Neto, com Rui Madeira em terceiro, num troço em que Carlos Fernandes perdeu 30.3s devido a um problema com o turbo do Mitsubishi. Conseguiu levar o carro até à assistência, tudo fez para reparar a avaria, mas acabaria por abandonar antes da PE4.

Aí, no Codeçal, Paulo Neto ficou na frente, com Gil Antunes a 12.7s, e Pedro Clarimundo a 29.3s. Quem também não concluiu a PE4 foi Rui Madeira, que desistiu devido a avaria no seu Mitsubishi Lancer.

No troço seguinte, Livramento 1, Eduardo Antunes (filho de Cipriano Antunes) e Paulo Neto, empataram, com Gil Antunes a 2.9s, com o piloto do DS3 R3T a dilatar a margem face a Gil Antunes, colocando-a em 15.6s.

Nos dois restantes troços a luta iria dar-se entre dois dos protagonistas do Campeonato de Portugal de Ralis, de duas rodas motrizes, e na PE6, Codeçal 2, Gil Antunes tentou uma reação, venceu o troço, recuperou 4.4s a Paulo Neto, mas à entrada da derradeira especial tinha ainda 11.2s de atraso, e Paulo Neto não desperdiçou a hipótese de vencer, ganhou o último troço e carimbou o triunfo no rali, um bom prémio, para uma dupla que teve um CPR difícil este ano.

Curiosamente, Paulo Neto tem a sua empresa precisamente entre Sintra e Mafra, e por isso pode dizer-se que ‘jogou’ em casa, e venceu. Também Gil Antunes é de Sintra, pelo que, fosse qual fosse o lado para onde caía o triunfo, este ficava em ‘casa’.

Pedro Clarimundo, um piloto que competiu na Promoção e depois do Troféu Peugeot nos primeiros anos do Séc. XXI, ressurgiu nesta prova e mostrou que quem sabe nunca esquece. Reavivando a dupla com o seu navegador de sempre, António Conde, andou bastante bem no Peugeot 208 R2 e assegurou um merecido pódio.

Noutro Peugeot 208 R2, António Baiona e Gonçalo Martins estiveram em muito bom plano terminando o rali no quarto lugar. Também eles de regresso, Gonçalo Inácio e Paulo Leones, noutro Peugeot 208 R2, foram quintos classificados, 4.2s atrás de Baiona. Não muito mais atrás ficaram Pedro Lança e Paulo Marques, no seu ‘velhinho’ mas ainda competitivo Citroën Saxo 1.6 16v.

Daniel Nunes e Rui Raimundo, um dos principais favoritos ao triunfo ficou pelo caminho logo no primeiro troço, cascais, com caixa de velocidades partida.
O Ford Escort Cosworth de Pedro Leone e Bruno Ramos também ficou de fora com problemas mecânicos.
Eduardo Antunes e Hugo Bentes bateram na sexta especial quando eram quartos da geral, danificando um pouco a traseira esquerda do seu Mitsubishi Lancer.

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