Rali de Portugal: Quem vai ganhar a grande festa nacional dos ralis?

17/05/2018

Está prestes a arrancar a 52ª edição do Rali de Portugal, que se espera, novamente, ser dos melhores eventos do ano no WRC. Não tem faltado competitividade, espetáculo, público e segurança. Venha mais um…

Pelo quarto ano, o Rali de Portugal volta a realizar-se no norte do país. Nos últimos anos chegou a alvitrar-se a possibilidade do WRC regressar competitivamente a Arganil, mas o ACP preferiu a continuidade e a segurança do que já sabe muito bem que resulta. Até porque esta é apenas a segunda edição da nova era de World Rally Cars, e se no ano passado as equipas ainda não conheciam muito bem os seus carros, fruto dos novos regulamentos serem ainda muito recentes, este ano a prova pode ser ainda mais aberta, já que todas as quatro equipas já venceram em provas de terra entre 2017 e 2018. Mas já lá vamos…

Em termos de estrutura, a prova do ACP realizou apenas algumas mudanças de pormenor face ao traçado do ano passado. A base mantém-se na Exponor, em Matosinhos, bem como o parque de assistência, pois em equipa que ganha não se mexe. No primeiro dia de prova mantém-se a partida de Guimarães e a super especial de Lousada.

No dia seguinte, uma novidade face a 2017, num dia ‘dejà vu’. Três troços, Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima, feitos duas vezes, com a novidade a surgir no fim do dia, com a reedição da Porto Street Stage, que tem algumas pequenas alterações face ao percurso de 2016. O segundo, e importante dia, no sábado, é idêntico a 2017, com os troços de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, palco de duas passagens.

No derradeiro dia de prova, Fafe continua a ser local de ‘peregrinação’, sendo a segunda passagem a Power Stage. Novidades: Montim tem duas passagens, enquanto Luilhas disputa-se apenas uma vez.

Em termos de inscritos, a Córsega teve 87 equipas à partida, enquanto o Rali de Portugal conta com 89 inscritos. Se arrancarem todos, temos recorde. No Monte Carlo arrancaram 67, na Suécia, 66, México, 29 e Argentina, 27.

Dos 14 WRC, quatro são da Hyundai MotorSport, sendo que Hayden Paddon e Dani Sordo correm pela primeira vez este ano juntos, numa equipa de que fazem parte também Thierry Neuville e Andreas Mikkelsen. Mads Ostberg será o terceiro Citroën C3 WRC, os outros dois são para Kris Meeke e Craig Breen. No WRC2 há 17 inscritos, 14 no Júnior WRC. No total, 32 R5.

Quem vai ganhar?

É total a incerteza. Claro que as casas de apostas vão dar maior favoritismo a Sébastien Ogier. Desde 2010 tem os mesmos cinco triunfos que Markku Alén na ‘nossa’ prova, mas há um dado curioso: nos três anos em que a prova se realizou no Norte, o vencedor foi sempre diferente. Jari-Matti Latvala em 2015, Kris Meeke em 2016 e Sébastien Ogier o ano passado. Se a tradição se mantiver…

Sébastien Ogier anda sempre bem em Portugal, mas ao arrancar na frente para o primeiro dia vai sofrer um pouco com a limpeza dos troços. Mas isso não o impediu de vencer o ano passado, já que se manteve perto da frente, nunca deixando fugir os adversários que se foram revezando na dianteira da corrida. O primeiro foi Mads Østberg, depois Hayden Paddon. Jari-Matti Latvala também liderou, o mesmo sucedendo com Kris Meeke. Mas quem ‘agarrou’ bem a liderança foi Ott Tänak, na altura ainda na Ford, e só um toque em que danificou a suspensão do seu Fiesta o retirou da luta. Depois, claro, Ogier não perde oportunidades destas, e levou a liderança até ao fim.

Este ano as coisas não deverão ser muito diferentes. A primeira etapa vai ser dividida, e a segunda, muito provavelmente, decisiva, a não ser que vários pilotos fiquem tão juntos que só no domingo se faça luz sobre o vencedor, tal como aconteceu em 2015.

De qualquer modo, há uma questão interessante. As equipas ainda andam muito às ‘aranhas’ com esta nova geração de carros, pois nunca até aqui foram tão desafiadas tecnicamente.

O equilíbrio na frente do WRC é tão grande, que pequenos erros, como de afinação, por exemplo, têm hoje em dia maiores consequências. Até aqui, todas as equipas já passaram por ralis em que foram super-competitivas e outros em que pura e simplesmente estiveram fora de ritmo.

Há um ano, a Citroën Racing lutava para encontrar soluções para as afinações do seu C3 WRC, que na maioria das vezes era um ‘diabo à solta’, mas que por outro lado também lhes permitiu vitórias. Na Córsega, há umas semanas, a Hyundai esteve misteriosamente fora de ritmo, quando Neuville tinha ganhado essa prova um ano antes. Na Argentina, Ogier não conseguiu perceber o porquê de, repentinamente, o seu Ford Fiesta WRC revelar-se incapaz de ser melhor, mesmo depois de deixar de abrir a estrada. Na Argentina, a Toyota, a mais ‘nova’ equipa no WRC, venceu a maior parte dos troços, a Hyundai também ganhou, mas a M-Sport venceu um troço e a Citroën nenhum.

Pelo que se percebe, há ainda muita indefinição e nenhuma equipa vai para um rali segura que irá ser competitiva, precisamente pelo facto de não dominarem totalmente os carros. E isto é muito bom para o Rali de Portugal. Não é por acaso que logo após a Argentina, todas as quatro equipas do WRC se desmultiplicaram em testes em Portugal, desde o Algarve a Trás-os-Montes, passando por Arganil.

Por tudo isto espera-se uma prova muito competitiva, a primeira de terra este ano sem ‘nuances’ específicas. No México, a altitude, na Argentina, a dureza dos pisos. Em Portugal, há troços duros, mas a sua grande maioria são especiais cujo desenho coloca os mais díspares desafios aos pilotos.

Horário

Quinta-Feira, 17 de maio
Shakedown (Paredes) 4.60 km 7:30
1. Etapa
PE1 SSS Lousada 3.36 km 19:03
Sexta-Feira, 18 de maio
Service A – Exponor – 19 Min 7:45
PE2 Viana do Castelo 1 26.73 km 9:15
PE3 Caminha 1 18.11 km 10:12
PE4 Ponte de Lima 1 27.54 km 10:52
Service B – Exponor – 34 Min 13:40
PE5 Viana do Castelo 2 26.73 km 15:25
PE6 Caminha 2 18.11 km 16:22
PE7 Ponte de Lima 2 27.54 km 17:02
PE8 Porto Street Stage 1 1.85 km 19:03
PE9 Porto Street Stage 2 1.85 km 19:28
Flexi Service C – Exponor – 49 Min 20:10
2. Etapa Sábado, 19 de maio
Service D – Exponor – 19 Min 7:15
PE10 Vieira do Minho 1 17.38 km 9:06
PE11 Cabeceiras de Basto 1 22.22 km 9:44
PE12 Amarante 1 37.60 km 11:03
Service E – Exponor – 34 Min 13:00
PE13 Vieira do Minho 2 17.38 km 15:08
PE14 Cabeceiras de Basto 2 22.22 km 15:46
PE15 Amarante 2 37.60 km 17:05
Service F – Exponor – 49 Min 19:00
3. Etapa Domingo, 20 de maio
Service G – Exponor – 19 Min 7:15
PE16 Montim 1 8.64 km 8:52
PE17 Fafe 1 11.18 km 9:25
PE18 Luílhas 11.89 km 9:53
PE19 Montim 2 8.64 km 10:52
PE20 Fafe 2 (Power Stage) 11.18 km 12:18