Rali de Portugal: A antevisão de Pedro de Almeida, Diretor de Prova

16/05/2017

Pedro de Almeida, Diretor do Rali de Portugal, fez para o AutoSport a sua antevisão da prova, explicando os pontos em que se deve colocar mais atenção tendo em conta o que o ACP preparou para as equipas e pilotos. No primeiro dia, uma boa extensão dos troços têm novo piso, o segundo junta Amarante e Cabreira, com tudo o que de complicado isso significa para os pilotos e por fim destaca o facto do WRC 2017 estar a ser bem diferente dos últimos anos…

Que Rali de Portugal podemos ter?
Penso que a entrada do novos carros de 2017 e a ausência da VW tem criado um clima de equilíbrio que era impensável nos anos anteriores. Portanto eu julgo que podemos ter um excelente Rali de Portugal, ao nível dos melhores de sempre, mas como dizia Alfredo César Torres, os ralis são como os melões e só depois de abertos se sabe a qualidade, portanto vamos ter que aguardar para ver se o rali é de facto tão bom como esperamos…

O rali tem modificações sensíveis, o que pensa delas?
Penso que temos rali na linha do que vem sendo tradicional, a estrutura não foi alterada, é um rali com muitas novidades em termos de troços, mas em que o formato é basicamente o mesmo dos anos anteriores. As pessoas que o organizam também são, pelo que do ponto de vista da organização não nos deverá trazer grandes preocupações.

Onde pensa poder decidir-se o Rali de Portugal?
A prova vale pelo seu conjunto. Sempre achei que o troço de Amarante, pela sua extensão pela variedade de pisos, pelas estradas, poderia ser um dos troços que criaria as diferenças, atualmente é corrente ver estes pilotos em troços de 30 ou 40 km terminarem dentro do mesmo segundo, portanto eu julgo que vai ser, como tem sido, uma prova por eliminação. Ou seja, há um conjunto de pilotos a andar ao mais alto nível e a questão resolve-se pelos problemas ou pela ausência deles. Alguns mecânicos, têm acontecido também saídas de estrada. No fundo é uma competição automóvel como nós gostamos que seja. Julgo, como dizia, a prova vale pelo seu todo, está montada num crescendo, sábado vai ser muito difícil, com os dois troços na Serra da Cabreira e Amarante, julgo que é aí que a prova vai ser resolvida e depois com a curiosidade de terminarmos com aqueles três troços na região de Fafe, que também é uma coisa que nunca tínhamos feito no passado e que está a despertar bastante curiosidade aos pilotos. São troços que com a sua curta extensão não permitem que se façam grandes diferenças, mas por outro lado há sempre a possibilidade de alguém cometer um disparate e sair de estrada. E perto do final já não dá para recuperar o tempo.

Acha que a ordem de partida vai ter influência?
Olhando para o primeiro dia, o troço de Viana do Castelo tem zonas novas que não estão totalmente consolidadas. O troço de Caminha foi totalmente refeito o que quer dizer que também não está consolidado, portanto sim, a ordem na estrada pode fazer alguma diferença, mas vale a regra do campeonato, este ano quem andar à frente, depois terá duas etapas completas que são mais de 50 por cento dos troços para recuperar, se for caso disso. Mas mais uma vez, o vencedor do ano passado, (ndr, Kris Meeke) vai sair de trás o que é uma excelente posição para ganhar tempo…”