Depois da profunda alteração regulamentar verificada em 2017, para a próxima temporada as modificações são de pormenor e, se a introdução do Halo é mais polémica de todas, a redução do número de motores por piloto para a temporada deverá ser a de maior impacto, como apontam ao AutoSport Patrick Head e Giancarlo Minardi. Numa série de vários artigos, que iremos publicar hoje, vamos detalhar o que muda este ano nos regulamentos da F1…

Na época passada foi introduzido um novo conceito para os carros que, com o novo conjunto de regras, tornaram-se mais rápidos e, sobretudo, mais apelativos esteticamente, sendo agora vistos como verdadeiros monstros de corridas, com uma agressividade que tinham perdido em 1998, quando foram impostos monolugares com vias mais estreitas – uma redução de 2000mm para 1800mm – e pneus mais exíguos com rasgos, que substituíam os verdadeiros pneumáticos de corridas – slicks.

Os ‘pneus careca’ regressaram em 2009, mas as vias mais largas (2000mm) e as borrachas mais generosas (um incremento de 25%) precisaram de mais oito anos, e 20 temporadas após o seu afastamento, para poderem voltar.
Ao longo de décadas, todas as modificações regulamentares tiveram como propósito tornar os carros mais lentos, desta feita, foi precisamente o contrário. O regulamento de 2017 alcançou o propósito a que se propunha – tornar os carros mais rápidos e mais apelativos. A média dos tempos da qualificação do ano passado – retirando os registos afetados por pistas condicionadas pela chuva, no caso Xangai e Monza – desceu 2,494s relativamente a 2016, variando as diferenças de acordo com as características dos traçados.
As novidades para 2018 são de pormenor, no fundo, divididas em dois grandes grupos – regulamento técnico e regulamento desportivo – ainda que por motivos distintos.

No campo técnico, a novidade mais visível passa pela introdução do ‘Halo’, por questões de segurança, tendo um enorme impacto visual.
No entanto, segundo os entendidos contactados pelo AutoSport, a alteração introduzida com o intuito de reduzir custos deverá ser a que maior impacto poderá ter na ordem competitiva: a redução de quatro unidades de potência para três, para mais uma corrida que no ano passado – a próxima temporada terá 21 Grandes Prémios, contra 20 do ano passado.

Para além destas alterações, o regulamento técnico foi ainda definido de modo a impedir a utilização das barbatanas de tubarão e as asas-T – por questões estéticas – assim como as suspensões manipuladas de modo a poderem baixar a altura ao solo em determinadas circunstâncias – para fechar uma área que algumas equipas estavam a explorar.
No aspeto desportivo, a Pirelli disponibilizará para a próxima temporada sete tipos de slicks, adicionando aos compostos vistos nos últimos anos o hipermacio e o superduro, o que permite uma escolha mais alargada para cada Grande Prémio, podendo existir algumas surpresas estratégicas sobretudo no início da temporada.

As penalizações serão alvo de um procedimento diferente do ano anterior, mas o seu impacto será diminuto, sendo antes uma questão de cosmética para impedir que cresça a confusão entre os adeptos, muito embora Giancarlo Minardi não creia que tenha sido encontrada a melhor solução.

O italiano – fundador da Minardi, a antecessora da actual Scuderia Toro Rosso – e Patrick Head – acionista da Williams e chefe do departamento técnico da equipa de Grove até há seis anos atrás – ofereceram ao AutoSport as suas opiniões sobre as alterações regulamentares, evidenciando algumas posições extremamente interessantes. Veja os restantes artigos ainda hoje publicados…