O que ‘são’ as 24 horas de Fronteira? Muitas respostas aqui…

26/11/2017

Desde a sua criação, há 19 anos, o conceito das 24 Horas TT assentou num modelo o mais económico possível, permitindo a vários pilotos partilharem a mesma viatura, repartindo assim custos e o divertimento por doses idênticas, numa prova que se transforma num salutar convívio entre amigos, com os adversários de um ano inteiro – entre os que competem a ‘sério’ – a serem, por vezes, os próprios colegas de equipa. Mais que tudo, é esse o fascínio de Fronteira.

Ali há de tudo, quem invista muito forte para vencer, e quem se divirta em ‘ doses industriais’. É o caso dos homens do Renault Super 5. Quando perguntamos há quantos anos correm, começam a fazer contas de cabeça. “Chegámos em 2006, há 12 anos… e esta é a nossa 7ª participação.”, concluem com segurança. Com quase tanta como a que têm a falar do seu mágico Super 5. Destacamos que esta entrevista foi gravada ao som de AC/DC. Não queremos revelar já os truques todos, mas não podemos deixar de pensar que a música pode fazer parte desta equação de sucesso.

1. Persistência

Tudo começou, nas palavras do piloto João Martins, numa teimosia de 4 amigos. “Já vínhamos assistir às 24h e decidimos que também queríamos participar. Por isso, em 2006 comprámos um carro velho, e de um carro velho fizemos um carro de corridas.” Com o empenho e a dedicação deste bando dos quatro, estrearam-se em 2006, naquele que foi: “Um dos anos mais difíceis das 24 horas.” A surpresa? Conseguiram terminar. “Sim, apesar de não termos ficado muito bem classificados, conseguimos chegar ao fim. E a partir daí, foi sempre a somar vitórias e triunfos”. “Para ganhar é preciso terminar”, acrescenta João. “Numa prova de 24 é mesmo assim. Há muitos carros com muito boa preparação que ficam pelo caminho e só quem chega ao segundo dia de prova é que realmente pode dizer que ganhou alguma coisa.”

2. Resistência do carro (mas não só!)

Em 2016 fizeram 65 voltas, sem nenhum problema. Como explicam este triunfo? “Tem que se ter muito cuidado com a condução que se faz, neste tipo de carros. São carros resistentes, mas que exigem algum cuidado.”, começam por explicar. É tudo junto: “Desde a carolice dos 4 pilotos, à equipa de mecânicos, aos eletricistas, aos cozinheiros (sim que isso também conta muito!)”. Já sobre o treino físico, a conversa foi outra… Dizem que está à vista e quanto a nós, não queremos entregar o ouro ao bandido, mas parece-nos que nada aqui é deixado ao acaso.

3. Amizade

Juntam-se aos fins-de-semana, durante o ano, para preparar a prova. Embora confessem que acabam por se perder a pôr a conversa em dia. “Temos uma oficina onde fazemos a preparação do carro e onde todos participamos um bocadinho.” É algo que marcam religiosamente na agenda e “naqueles fins-de-semana mais críticos em que nos juntamos todos de volta do carro, geralmente acabamos por não fazer nada.” “Somos todos amigos e damo-nos muito bem e o segredo tem de estar também aí, ninguém se chatear e toda a gente se divertir.”, dizem entre risos. E a primeira coisa que fazem quando a prova termina? “Olhamos para o carro e dizemos: já terminaste mais um ano. Foi mais um ano que conseguimos chegar ao fim!”. Depois, lavam logo a chapa toda “para mostrar os autocolantes dos patrocinadores e amigos desta aventura.”

4. Inspiração

Não falta apoio e inspiração a este quarteto. “Costumamos queimar a buzina a cada volta que fazemos. A legião de fãs ao longo da pista leva-nos a levar a buzina pressionada constantemente ao longo da prova.”, explica João. “Geralmente são duas tês buzinas que queimamos em cada prova.”

5. Devoção

Pergunta para queijinho: E se ganhassem o Euro Milhões continuavam a investir neste carro (nem nos deixam terminar a pergunta), ou compravam outro? “Claro que ficávamos com este. Completamente.”, dizem imediatamente e em uníssono. “Alugávamos era 4 boxes! O carro continuava o mesmo, a estrutura é que mudava, mas os jantares para reparar o carro não.”

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