Será que Loeb e Peterhansel conseguem salvar o Dakar 2017?

11/01/2017

A ideia da ASO foi boa, mas o S. Pedro tinha outras ideias. A organização do Dakar prometeu uma prova dura, como nunca houve até aqui neste Dakar sul-americano, mas o percurso escolhido para a edição deste ano do Dakar foi digno duma verdadeira maratona de dificuldades.

Pena foi que a meteorologia não tenha ajudado em nada, e se até poderiam ser interessante as dificuldades causadas pelo mau tempo numa etapa ou noutra, para baralhar as coisas, o que tem acontecido é muito mau para este Dakar e impediu que tudo isto pudesse ter sido misturado várias vezes. Basta vermos o que aconteceu na etapa 4, com a enorme reviravolta que deu a prova. Depois da hecatombe da Toyota na 3ª etapa, foi a vez da Peugeot, com os três primeiros classificados, Sébastien Loeb, Carlos Sainz e Stephane Peterhansel terem problemas e com a classificação a dar uma enorme reviravolta, passando Cyril Després a liderar. Este foi um bom exemplo do que uma etapa difícil poderia fazer ao Dakar, mas o que se viu a seguir foi mau demais para ser verdade. A 5ª etapa foi reduzida a metade com a anulação da 2ª parte, a 6ª etapa foi anulada na íntegra devido ao mau tempo, e já depois do dia de descanso, a 8ª etapa só teve 161 Km. como se não bastasse um aluimento de terras impediu a passagem das assistências e com a confusão instalada a ASO teve que anular também a etapa de hoje para reagrupar a caravana durante o dia de hoje. Muito mau! Uma etapa que seria maratona, foi uma passeio à chuva de 161 Km.

E pronto, se mais nada de inesperado se passar, só falta uma ‘verdadeira’ etapa neste Dakar, a de amanhã com 449 Km cronometrados. Chamam-lhe a etapa quebra braços e pernas, pois tem uma passagem extensa por um traçado de trial que vai marcar logo a zona inicial desta ante-penúltima jornada do Dakar. A compensação vai chegar já perto do final com um piso mais rolante, mas onde a atenção à navegação vai ser determinante para não haver erros que no Dakar se pagam com minutos. É aqui que Sébastien Loeb e Stéphane Peterhansel vão decidir a prova, pois com 1m38s de diferença entre ambos, qualquer coisa pode acontecer. Literalmente. E esta é a etapa em que Peterhansel, se quiser somar mais um triunfo, tem que fazer pela vida. Ou seja, ou aparece o ‘verdadeiro’ Peterhansel, ou se a decisão fica para a etapa de sexta-feira, será muito mais difícil ao francês mais velho porque a especial cronometrada de 292 km tem só apenas uma pequena zona de dunas, com os pilotos a terem de ultrapassar as areias de San Juan que vão logo aparecer nos primeiros 50 quilómetros da especial. Depois disso são 240 Km de…WRC. Portanto, o tudo ou nada é amanhã e pelo menos isso vai ser apaixonante de seguir.

Quanto aos dois portugueses dos autos, Boris Garafulic e Filipe Palmeiro são nonos classificados e se mantiverem a posição até final, o chileno suplanta a sua melhor classificação no Dakar e o português iguala a sua melhor classificação. Quanto a Stefann Schott e Paulo Fiúza, são para já 18º e se ficarem assim, o alemão melhora uma posição a sua melhor classificação de sempre no Dakar. Paulo Fiúza já andou por posições bem mais acima. Resta agora aguardar pela tirada de amanhã e seguir com muita atenção o que vão fazer Loeb e Peterhansel., ficando a certeza que este Dakar perdeu muito com o mau tempo e respetiva anulação de etapas.

Classificação após Etapa 8

1 Sebastien Loeb/Daniel Elena Peugeot 20h10m05s
2 Stephane Peterhansel/Jean-Paul Cottret Peugeot +1m38s
3 Cyril Despres/David Castera Peugeot +17m17s
4 Nani Roma/Alex Haro Toyota +23m36s
5 Mikko Hirvonen/Michel Perin Mini +53m41s
6 Giniel de Villiers/Dirk von Zitzewitz Toyota +1h21m44s
7 Orlando Terranova/Andreas Schulz Mini +1h26m47s
8 Kuba Przygonski/Tom Colsoul Mini +1h42m18s
9 Boris Garafulic/Filipe Palmeiro Mini +2h42m57s
10 Romain Dumas/Alain Guehennec Peugeot +3h09m17s
18 Stefann Schott/Paulo Fiúza MINI ALL4 Racing + 05h 08m 41s

José Luis Abreu/Autosport