Como vai ser a luta no segundo pelotão da F1?

23/03/2017

Se a luta pelas posições cimeiras este ano promete ser intensa, no meio do pelotão não será diferente, muito embora a Williams demonstre, para já, estar um passo à frente das restantes equipas, parecendo incapaz de incomodar as três grandes, mas sem ser acossada pelas suas perseguidoras.

A formação de Grove terá em Felipe Massa o seu ponta de lança, pelo menos numa fase inicial, tendo o brasileiro evidenciado ao longo dos testes de inverno um andamento rápido consistente. Rob Smedley, que trabalha com o piloto de São Paulo desde os seus tempos na Ferrari, já avisou que esta nova geração de Fórmula 1 permitem que as qualidades do vice-campeão de 2008 sobressaiam, o que, a verificar-se, poderá permitir a Massa uma segunda juventude. Lance Stroll, que se estreia na categoria máxima do desporto automóvel, terá que passar por uma fase de aprendizagem que poderá custar alguns pontos à equipa de Frank Williams.

A Force India, apesar de tempos discretos, parece estar no encalço da sua rival de Grove, tendo evidenciado em Barcelona um bom ritmo de corrida. Sérgio Pérez manteve-se na equipa que assumiu uma decoração à base de cor de rosa, o que garante à formação de Silverstone um par de mãos capaz de se bater regularmente pelas posições dos pontos. O mexicano tem ao seu lado um rookie, mas Esteban Ocon parece ser um piloto capaz de rodar perto do seu colega de equipa desde a primeira corrida, o que poderá ser uma vantagem face à Williams na luta pela quarta posição do Campeonato de Construtores.

Um pouco mais atrás deverão rodar a Renault, Toro Rosso e Haas F1 Team que, pelo menos para já e dependendo dos respetivos ritmos de desenvolvimento, dependerão dos erros das cinco equipas mais fortes para poder alcançar o pódio. A equipa do construtor francês tem a seu favor um orçamento completo que lhe permite evoluir o RS17 de forma consistente ao longo da temporada. Por outro lado, existem ainda algumas dúvidas quanto ao potencial de Jolyon Palmer que terá que se comparar bem com Nico Hulkenberg, se quiser manter o seu lugar para lá do final do presente ano.

No entanto, será difícil que o melhor da equipa de Enstone não venha das mãos do alemão, que será determinante para que a Renault bata a Toro Rosso – que tem também unidades de potência Renault. A equipa de Faenza, por seu lado, poderá ter o monolugar com maior potencial deste trio, resta saber se tem os meios para o desenvolver de forma eficaz, para além de ter sido bastante apoquentada por diversos problemas de fiabilidade ao longo das duas semanas de testes. Carlos Sainz, que poderá estar de olho num lugar no seio da equipa da marca gaulesa, deverá manter o ascendente sobre Daniil Kvyat, mas se o russo pretende manter-se na Fórmula 1 terá que dar um passo em frente e fazer jogo igual com o seu colega de equipa.
Na Haas F1 Team vive-se um ambiente distinto com a entrada de Kevin Magnussen para o lugar de Esteban Gutiérrez. O carro da equipa norte-americana parece, uma vez mais, ser suficientemente bom para alcançar os pontos nas condições certas, fica por saber se o dinamarquês, ao contrário do que aconteceu com o seu antecessor, é capaz de marcar resultados nos pontos, à semelhança do que Romain Grosjean fez ao longo de 2016, e se isso não irá destabilizar o francês, que por vezes parece ser demasiado frágil psicologicamente.
Era esperado que a Sauber estivesse no fundo das tabelas de tempos e das classificações, depois de dificuldades financeiras durante 2016 a ter condenado a disputar a temporada que se inicia no próximo fim-de-semana com a unidade de potência do ano passado da Ferrari, mas nem nos seus piores pesadelos os homens da McLaren Honda esperavam ver Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne a lutar com Marcus Ericsson e Pascal Wehrlein para fugir à posição de lanterna vermelha.

José Luis Abreu/Autosport

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