WRC com dificuldades em se ‘internacionalizar’…

23/11/2017

Os promotores do WRC estão metidos num espartilho do qual estão com dificuldades em sair. Agora veio à tona o desagrado das equipas pelo que testemunharam no Rali da Austrália, em que não só ficaram espantadas com a falta de público como sentiram algum desagrado dos locais perante a sua presença.

Por isso, já se fala na mudança de local, mas do lado dos organizadores locais, estes têm apresentado bem mais razões para não o fazer do que o contrário. Ao que parece, uma parte dos australianos não estão muito virados para os desportos motorizados e nem os Supercars locais escapam, com os residentes de Newcastle a insurgirem-se contra os preparativos para a final da espetacular competição, a Newcastle 500. Ao que parece tem havido algum vandalismo e já vem de longe a ideia que os australianos não gostam nada de ver as suas vidas alteradas pela presença de provas de automobilismo que interfiram com o dia a dia local.

Por isso, os organizadores têm dificuldades em meter na cabeça a ideia de mudar de local, mesmo que as coisas não tenham sido do agrado da caravana do WRC. O país/continente é enorme, espaço não falta, quer seja em Sidney, Melbourne, Adelaide, Canberra.

Isto parece um contra senso quando existem tantos países que adorariam receber o WRC, mas o problema é que são maioritariamente da Europa e hoje em dia colocar de pé uma prova do WRC é uma tarefa muito complicada, que requer experiência e muito saber.

Por isso, a maioria das provas europeias são, de longe, melhores que as de ‘longo curso’, mas este é um problema muito difícil de resolver pela FIA e pelo promotor, porque as tentativas de fazer vingar o WRC fora da Europa têm vindo a bater na trave. Falou-se no Brasil, morreu, falou-se na China, desabaram estradas, os norte-americanos nem querem ouvir falar de Mundial de Ralis, A Rússia falou nisso, mas não avançou muito, o Japão é um dos maiores construtores mundiais e os ralis não vingam, talvez o regresso da Toyota ajude. Falou-se na Índia e na África do Sul, mas até se concretizar este é sempre um assunto muito difícil. Vamos ver como resulta o regresso da Turquia…