WRC: Ralis com 250 Km em apenas dois dias?

28/12/2017

Tommi Makinen deu uma entrevista ao jornal finlandês Ilta Sanomat em que expressa alguns desejos para o WRC em 2019. Tendo em conta que 2018 está ‘fechado’ o finlandês, líder da Toyota Gazoo Racing olha para o futuro e numa altura em que se pondera fazer alterações ao formato das provas do Mundial de Ralis, Makinen sugere eventos com um máximo de 250 km de troços, para apenas dois dias de prova. Para Makinen, os ralis já não têm nada a ver com endurance, e por isso não pretende que existam troços com mais de 30 km. Por fim (muito naturalmente) gostava de ver regressar o Japão ao WRC: “O número de troços pode ser o mesmo, mas eu não gostaria que existissem especiais entre a faixa dos 30 aos 50 km”, começou por dizer Makinen, que acrescenta: “Ralis com 250 Km teriam um grande impacto nos nossos custos operacionais. Com os World Rally Car de hoje é necessária uma manutenção maior após 400-500 Km, pelo que o passaríamos a fazê-lo a cada dois ralis. Vejam como acontece agora, os nossos carros vão para o México, voltam, têm que ser revistos, preparados e depois transportados para a Argentina. Penso que tudo poderia ser mais barato e feito de forma mais eficiente”, disse.

Quanto ao tipo de ralis, Makinen acha que os ralis sprint são o futuro e que com isso é mais fácil conseguir jovens adeptos: “Será necessário ralis de três dias no Campeonato do Mundo, ou serão suficientes dois dias? Este não é um bom sistema, correr dois ou três troços e depois esperar mais cinco horas. Deve haver mais coisas a acontecer. Para além disso, acho que não precisamos de especiais de meia hora, pois os troços mais curtos são mais fáceis de organizar e não era preciso poupar pneus da mesma forma que hoje. Com isso, os pilotos andavam sempre mais depressa” acrescentou Makinen, que revelou também que o Rali do Japão pode entrar já em 2019 no WRC, que tem também o Chile na mira.

É bom que se pondere bem o que fazer pelo WRC de modo a que a competição não perca a corrida do interesse dos adeptos. Neste momento, a Fórmula 1 continua a ser a competição mais ‘considerada’, mas há estudos que colocam o MotoGP logo a seguir, outros referem o Dakar como estando no segundo lugar da notoriedade, com o WRC logo atrás. Não é fácil olhar para esta questão em termos globais, pois muda muito a cada zona geográfica e isso é uma ‘conversa’ que dá pano para mangas…