Condutores robotizados ajudam Ford a levar veículos ao extremo

16/08/2021

As instalações “Weather Factory” da Ford passaram a contar com dois condutores robotizados – são eles que fazem os mais extremos ensaios aos novos veículos.

Para testar os novos veículos, elétricos incluídos, às mais severas condições, a Ford passou a contar com dois novos “colaboradores”. São dois condutores robotizados – apelidados pela equipa como Shelby e Miles – para ajudar a suportar os esforços exigidos, em especial nos testes de altitude, onde um requisito fundamental pode ser que o teste seja replicado, na perfeição, várias vezes.

Os testes são efetuados nas instalações “Weather Factory” da Ford, nas quais se simulam as mais diversas condições extremas, permitindo que os engenheiros analisem, de um modo intensivo, o comportamento e a reação dos veículos que, em condições não laboratoriais, seria mais complicado de perceber.

Refere a Ford que as condições simuladas são de tal forma realistas que mesmo os mais experientes test drivers podem ficar cansados ou mesmo doentes, nomeadamente quando se vêem sujeitos a testes a altitudes mais elevadas.

Os nomes dos condutores robotizados pretendem homenagear Carroll Shelby e Ken Miles, as duas principais figuras envolvidas no desenvolvimento do Ford GT40 que viria a vencer as 24 Horas de Le Mans de 1966. Shelby ficou também associado ao Ford Mustang, bem como a outros veículos modificados que adotaram o seu nome.

Para obviar essas limitações, normais na maioria dos seres humanos, a Ford recrutou Shelby e Miles.

“Estes dois novos condutores são adições fantásticas à equipa, uma vez que podem assumir os desafiantes testes de resistência em altitudes elevadas e sob altas temperaturas. Uma vez colocado o robot no lugar do condutor, podemos fazer testes ao longo da noite, sem nunca termos de nos preocupar se precisa de comer uma sandes ou fazer uma pausa para ir à casa de banho”, refere Frank Seelig, Supervisor de Testes em Túnel de Vento, da Ford Europa.

“Weather Factory” da Ford

Localizada em Colónia, na Alemanha, a “Weather Factory” da Ford ajuda a assegurar que os condutores possam confiar em veículos que enfrentarão condições idênticas às encontradas no deserto do Saara, na Sibéria ou no topo dos mais elevados picos Alpinos.

Para os condutores humanos, os testes em túnel de vento, em particular os que replicam essas grandes altitudes, requerem numerosos protocolos de segurança, como garrafas de oxigénio, equipamento médico e um paramédico no local, sendo a saúde dos condutores constantemente monitorizada.

No caso dos test drivers robotizados, estes são capazes de operar a temperaturas que variam entre os -40°C e +80°C, bem como em altitudes extremas, para além de que podem ser configurados e programados para diferentes estilos de condução.

As pernas destes condutores robotizados estendem-se aos pedais do acelerador, travão e embraiagem, tendo um braço posicionado para operar a caixa de velocidades e o outro utilizado para ligar e desligar o motor.

Independentemente do apoio destas infraestruturas, a Ford indica que continua a realizar testes em condições reais em vários locais da Europa e do mundo, incluindo a região montanhosa de Grossglockner, na Áustria, e em Arjeplog, na Suécia, onde a neve é uma constante.