Na equipa Alba, para além de Martins Pereira, deve ser destacado Francisco Corte Real Pereira, piloto e mecânico de bom nível. Vencedor em 1951 e 1952 da classe 1.100 c.c. no Circuito da Boavista, ajudou a desenvolver o Alba e a torná-lo num carro ganhador. Com três automóveis produzidos, a Alba tinha então uma estratégia clara de abordagem às provas nacionais: Corte Real tinha a seu cargo os circuitos e Martins Pereira dedicava-se às provas de regularidade, mas nos ralis.
As alterações regulamentares impostas pelo ACP, a partir de 1954 – com a passagem do limite superior de 1.100 para 1.500 c.c. – impuseram aos pequenos construtores portugueses a procura de novas soluções. A Alba desenvolveu vários motores. Para além do original 1.1 litros, com a mesma base e por aumento do diâmetro, preparou um 1.325 c.c. e a partir de um bloco Peugeot, obteve um 1.360 c.c.. Corte Real Pereira teve ainda uma ideia mais ousada e na procura incessante de soluções para contrariar a ascendência do motor Porsche – que se revelava imbatível quer nos Denzel quer nos 550 Spyder – recorreu a um velho motor Alfa Romeo 6C 1.750, diminuiu-lhe o diâmetro e desenvolveu, assim, um curioso motor de 1.5 litros de seis cilindros com que participou na Boavista, em 1955 e 56, e em Vila Real, em 1958, embora sem grande sucesso. A “jóia da coroa” dos motores Alba, porém, seria o projecto próprio, elaborado na metalurgia Alba, todo em alumínio, com duas árvores de cames à cabeça e duas velas por cilindro.
A carreira da Alba prolongou-se durante bastante tempo e em 1961 Corte Real Pereira ainda participou no Rali Nocturno de Salgueiros, onde obteve a 3ª posição absoluta.
Ficha técnica
1952
Portugal
90 CV
4 cilindros
1.500 c.c.
4 velocidades
200 Km/h
Chassis #508-C-229808