Artcurial leva colecção de sete automóveis do Grupo B a leilão

26/01/2021

Quando um automóvel do Grupo B vai a leilão, o evento torna-se muito mais especial, mas quando vão sete automóveis dessa categoria, esse é elevado a outro patamar. Todos estes sete exemplares pertencem à mesma colecção dos amigos Michel Hommell e Olivier Quesnel, do museu Manoir de l’Automobile, de Lohéac, em França. Irão ser levados a leilão pela Artcurial, no seu primeiro leilão do ano, num evento designado Sale Parisienne 2021, que se irá realizar no dia 5 de Fevereiro, na capital francesa.

Audi Sport Quattro S1 de 1988

Este foi um dos últimos exemplares do Sport Quattro S1 e foi da Audi directamente para o Manoir de l’Automobile, em 1989. Apesar de nunca ter competido no WRC, este foi um dos automóveis utilizados na primeira Race of Champions, organizada por Michèle Mouton, em Montlhéry, no ano de 1988. Foi aí que Quesnel ficou apaixonado pelo automóvel e queria ter um na sua colecção, algo que demorou bastante e foi necessária muita persistência. Antes de estar no museu, foi utilizado em alguns eventos e conduzido por Bruno Saby, Michèle Mouton e Ari Vatanen. O seu valor estimado situa-se no um milhão e os 1.3 milhões de euros.

Ford RS200 de 1986

Este RS200 é o exemplar que teve mais sucesso, conseguindo um terceiro lugar no Rally da Suécia, em 1986, com Kalle Grundel e Benny Melander, sendo também a estreia do modelo na competição. Após essa prova, entrou no Rothmans Circuit of Ireland, do mesmo ano, onde teve de abandonar. Posteriormente, conduzido por Stig Blomqvist, venceu o Audi Sport Rally. Foi vendido a um fã de ralis na Noruega, antes de chegar ao museu em Setembro de 1989. O valor deste exemplar situa-se entre os 250 mil e os 400 mil euros.

Lancia 037 Evo 2 de 1985

Este automóvel está na colecção desde 1990 e pertence à segunda evolução do modelo, levado a cabo pela Abarth. Originalmente, competiu com as cores da Martini, sendo depois alterada para a decoração do Olio Fiat. É difícil de perceber quem competiu com o automóvel, visto que várias secções do automóvel foram substituídas não tendo o número de chassis estampado e, na época, era comum as equipas utilizarem a mesma matrícula em diversos automóveis. O seu valor estimado situa-se entre os 500 mil e os 800 mil euros.

Lancia Delta S4 de 1986

Este Delta S4 competiu com a equipa oficial e foi conduzido por Miki Biasion, chegando em segundo lugar no rali Memorial Bettega, o primeiro em que entrou. Apesar do bom começo, esse rali aconteceu em Dezembro de 1986, ou seja, no último ano dos Grupo B. Ainda assim, em 1987, Biasion e Bruno Saby partilharam o lugar do condutor nas 24 Horas de Chamonix. Posteriormente, Saby levou-o para o Rallycross, em 1988, com a equipa Grenoble Sport Auto, com o apoio de fábrica. Após isso, juntou-se ao museu, onde foi totalmente restaurado com a decoração original da Martini. O valor estimado deste Delta S4 é de 600 mil e 800 mil euros.

MG Metro 6R4 de 1985

Este Metro foi o vencedor do campeonato francês de ralis de 1986, pelas mãos do futuro campeão do mundo Didier Auriol, navegado por Bernard Occelli. Este exemplar tem ainda a particularidade de ter sido convertido para volante à esquerda, uma imposição de Auriol, por isso o painel de instrumentos está do lado do navegador. Após a saída da competição, com o fim do Grupo B em 1986, este exemplar ficou guardado, tendo voltado a França em 1988. Está na colecção do museu desde 1989 e, apesar de várias tentativas de Auriol para o comprar, o museu nunca o vendeu, até agora. O valor estimado deste Metro situa-se na casa dos 280 mil e 360 mil euros.

Peugeot 205 Turbo 16 Evolution 2 de 1985

Este Peugeot 205 foi conduzido pela dupla Bruno Saby e Jean-François Fauchille, no Rally Tour de Corse de 1985, onde terminaram em segundo, sendo também o primeiro rali deste modelo. Posteriormente, foi utilizado também por Timo Salonen. Com o número de produção C201, este 205 T16 foi o primeiro exemplar construído com as especificações Evolution 2, sendo conhecido também por Granny. Após a competição, foi utilizado para testes em França, na Grécia e na Finlândia, assim como foi o automóvel de reconhecimentos no Rally de Monte Carlo de 1986, sendo que Salonen competiu com um 205 com a mesma matrícula, mas não era o mesmo automóvel. Quesnel demorou quase um ano para conseguir trazer este 205 para a sua colecção e, após o conseguir, foi restaurado com as especificações do seu primeiro rali. O valor estimado deste 205 situa-se nos 600 mil e nos 800 mil euros.

Renault 5 Maxi Turbo de 1985

Este Renault 5 Maxi Turbo era o automóvel oficial da Renault Espanha e conduzido por Carlos Sainz em 17 ralis, assim como em demonstrações entre 1985 e 1986. Além disso, apresenta-se na sua especificação original e com bastante documentação. Foi restaurado pelo seu segundo proprietário, o piloto Guillermo Barreras, quando a sua carreira no Rallycross terminou em 1989. O valor estimado deste R5 situa-se entre os 400 mil e os 600 mil euros.