Aston Martin DB4 GT Zagato: A jóia da coroa

21/09/2022

Em 1959, a Aston Martin vence as 24 Horas de Le Mans e abandona a competição… mas não totalmente. Desejando capitalizar sobre essa vitória e também permitir aos seus clientes correr na categoria GT, a marca inglesa contacta a Touring para optimizar o desempenho do DB4 lançado no ano anterior e concorrente do Ferrari 250 GT.

Nasceu assim o DB4 GT, com uma frente que será herdada pelo DB5 anos mais tarde e uma distância entre eixos mais curta de 12,7 cm, para distingui-lo do ponto vista estético. No plano mecânico, três carburadores duplos Weber vieram substituir os dois carburadores SU do DB4 “básico” passando a potência do motor concebido por Tadek Marek de 240 para 302 cavalos. Do lado de Maranello, ninguém ficou parado e o 250 GT chassis curto (ou SWB) estava prestes a ser lançado.

A Aston Martin também não perdeu tempo e apresentou no Salão de Londres de 1960 uma evolução do DB4 GT, realizada pela carrozzeria Zagato. O perdia perdia 80 kg enquanto que o motor via a potência subir para os 314 cavalos. A diferença era mais flagrante no plano estético, as linhas eram mais arredondadas, mais musculadas, na pura tradição Zagato. No entanto, os 19 exemplares construídos eram todos diferentes entre eles. Não há risco de encontrarem dois exemplares iguais, distinguem-se pela grelha frontal, pelas grelhas laterais ou ainda pelo capot.

Uma vez que a competição esteve na base do projecto, importa saber então qual o palmarés do Aston Martin DB4 GT Zagato… Bem se calhar não importa assim tanto. É que apesar de ter sido conduzido por grandes pilotos, entre os quais o grande Jim Clark (!), o DB4 GT Zagato nada podia fazer face ao 250 GT SWB e, posteriormente, ao 250 GTO da casa de Maranello. Nas três edições das 24h de Le Mans em que participou, nunca chegou a ver a linha de chegada. Um peso que pouco tinha de Superleggera, um comportamento que devorava pneus e um motor aquém do V12 italiano iriam impedir as vitórias ambicionadas.

Agora sim, a Aston Martin cessaria totalmente a competição, preferindo auxiliar um famoso espião ao serviço de sua majestade em vez de apostar nas corridas para se auto-promover.

Esqueçamos então o seu palmarés desportivo. Já percebemos que o automóvel não estava à altura. Mas haverá muitos automóveis que possam rivalizar com ele em termos de beleza, carisma ou personalidade? As linhas traçadas pelo jovem Ercole Spada são hoje uma referência fazendo as delícias de qualquer apreciador de automóveis, fotógrafo ou milionário que tenha um na garagem.