BMW 503 acidentado e guardado há 44 anos já tem novo dono

16/02/2020

O BMW 503, a par do 507, foram os responsáveis pelo quase desaparecimento da BMW nos anos 50, pelos seus avultados custos de produção e preço de venda demasiado alto, muito superior ao inicialmente estipulado. No entanto, hoje em dia, são automóveis raríssimos, muito difíceis de encontrar no mercado e mais difícil ainda é encontrar um exemplar que não tenha sido submetido a um restauro.

A ideia da produção destes modelos partiu de vários pedidos de Max Hoffman, importador da marca em Nova Iorque, aos responsáveis da BMW, para rivalizar com os Mercedes-Benz 300 SL e 190 SL. Mas, a ideia seria que estes modelos da BMW fossem vendidos a um preço que se situasse entre o Mercedes-Benz 300 SL e os pequenos desportivos britânicos.

Hoffman fez ainda outro pedido, onde os desenhos das carroçarias desportivas ficassem a cargo de Albrecht von Goertz. No final, a escolha não poderia ter sido mais acertada, já que este produziu linhas bastante bonitas, elogiadas até por Battista “Pinin” Farina.

Para a produção do BMW 503, a marca germânica queria utilizar o maior número de peças de outros modelos, de modo a baixar os custos de produção, mas não correu bem assim. Como ponto de partida, foi utilizado o chassis do BMW 501, incorporando uma versão melhorada do motor do 502 desenvolvido por Alfred Böning, o V8 construído totalmente em alumínio, de 3,2L de cilindrada. Para o 503 foram adicionados dois carburadores Zenith, melhorado o sistema de lubrificação com bomba de óleo operada por corrente e uma taxa de compressão de 7,5:1. Com isso, o motor é capaz de debitar 140 cv às 4.800 rpm, atingindo os 100 km/h em 13 segundos e uma velocidade máxima de 185 km/h, o que para a época era muito bom.

Devido ao preço ser mais do dobro do que inicialmente estava planeado, as vendas eram efectuadas muito lentamente, totalizando uma produção de somente 413 automóveis, entre 1956 e 1959.

O exemplar, com o número de chassis 69336, foi vendido novo na Bélgica a 22 de Setembro de 1959, pelo concessionário oficial da BMW, SR Garage. Apesar de ter sido produzido a 24 de Outubro de 1958, esteve cerca de um ano em exposição no concessionário, pertencendo aos últimos modelos da primeira serie do modelo 503. Desse modo, está equipado com alavanca de mudanças no chão do automóvel, ao invés dos anteriores operados na coluna de direcção, além de ter vidros eléctricos. Está pintado na cor Riviera Sand e o tejadilho na cor Tundra.

Após ter sido vendido ao seu segundo dono, teve o acidente frontal em 1976, ficando guardado desde então, mantendo-se tudo o resto original. A Artcurial levou este BMW 503 a leilão no passado dia 7 de Fevereiro, no Salão Rétromobile em Paris, tendo sido arrematado por 89.400 mil euros.

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