O seu sucesso em pista deve-se em grande parte aos avanços tecnológicos implementados no projecto. Naquela altura já contava com uma carroçaria e jantes construídas em alumínio, um eixo dianteiro de uma só peça e oco na parte central. Tudo isto contribuía para um peso reduzido. O chassis tinha uma curvatura perfeitamente ajustada à carroçaria e um motor de 8 cilindros em linha com cerca de 90 cv escondem-se debaixo dos painéis de alumínio.
Tipo 35B foi a última iteração do Type 35. Lançado em 1927, utilizava o motor de 2.3 litros do Type 35T com a adição de um compressor Roots. Essas alterações empurraram a potência para os 138cv, apenas 45 exemplares do modelo foram construídos. Entre os seus triunfos, o Type 35B venceu o Grande Prémio do Mónaco e o Targa Florio duas vezes respectivamente. Um exemplar único, pintado de british racing green(verde inglês), venceu o GP da França em Le Mans sob o comando de William Grover-Williams.
O exemplar pertencente ao Museu do Caramulo, foi sempre nacional. Encomendado por Henrique Leherfeld, foi entregue em Julho de 1930 e venceu sua primeira corrida no dia 4 de Agosto, no Quilómetro de Arranque de Setúbal conduzido por Leherfeld. No mesmo ano, venceu também o Quilometro Lançado do Mindelo estabelecendo uma estonteante velocidade média de 194 km/h.

Leherfeld continuou a competir com o 35B, em 1931 ficaram em terceiro lugar, Rampa de Rebassada, em Barcelona, no quinto lugar no GP de La Baule em França. Em 1933, de regresso a Portugal, alcançou o 2º lugar tanto no Circuito do Campo Grande como no Circuito da Boavista, concluindo o ano com uma vitória na “Rampa do Cabo da Roca”.
Após uma pitada de persuasão, Leherfeld permitiu que António Guedes Herédia assumisse o comando do 35B no Circuito de Vila Real, essa decisão acrescentou mais uma vitória no currículo do automóvel. Após a conquista de várias corridas portuguesas e europeias, em 1936 Leherfeld e o Bugatti rumaram em direcção ao novo mundo, conduzindo o seu Bugatti até ao segundo lugar no Circuito da Gávea no Brasil. Em 1937, o 6º lugar no Circuito de Vila Real foi o último resultado obtido numa corrida relevante, após uma longa carreira cheia de troféus.
Em 1956, foi adquirido por João de Lacerda, tornando-o parte da colecção permanente do Museu do Caramulo. Até aos dias de hoje, o 35B tem sido utilizado com bastante frequência, tanto em Portugal como no estrangeiro, visto que este é um dos Bugatti mais originais em existência.
Embora seja um Bugatti bastante especial, não é o único de seu tipo no museu, existe também uma versão infantil. É chamado de Bugatti Baby ou Baby 52. Originalmente construído em 1927 para Roland Bugatti, o filho de cinco anos de Ettore, é uma replica à escala de 1:2. É movido por um motor eléctrico alimentado por uma bateria de 12 volts, dependendo do tamanho do passageiro pode atingir 20 km/h. Aquando o seu lançamento era vendido por cinco mil francos, apenas 100 foram construídas e quatro unidades chegaram a Portugal.