Dan Gurney, o bom gigante

15/01/2018

Daniel Sexton Gurney nasceu em Port Jefferson, no estado de Nova Iorque, a 13 de Abril de 1931, mas quando era adolescente, a família mudou-se para Los Angeles, na Califórnia.

Gurney envolveu-se no mundo dos hot rods e das provas de velocidade nos lagos salgados. Preparava e conduzia o seu próprio automóvel com bastante sucesso.

Depois de dois anos de serviço militar, dedicou-se em definitivo à sua paixão, que era o desporto automóvel.

Só no final dos anos 50 começaria a dar nas vistas e nunca mais parou. Rápido e com grande sensibilidade para a mecânica, tinha sucesso tanto nas provas curtas como nas que exigiam maior resistência.

Com o apoio directo de Luigi Chinetti, que era o importador Ferrari para os Estados Unidos, Dan Gurney teve acesso aos melhores automóveis e também a possibilidade de começar a correr na Europa.

Rapidamente cativou donos de equipa, a começar por Enzo Ferrari, e até os adversários, que admiravam a sua rapidez e consistência quase tanto quanto o seu carácter e simpatia.

Com 1,93 m e um sorriso digno de Hollywood, Gurney era o sonho que qualquer anunciante, mas o pesadelo de qualquer construtor, que tinha que garantir mais alguns centímetros no habitáculo para o acomodar.

O Ford GT40 tem aquela bolha no tejadilho para acomodar Dan Gurney e o seu capacete!

Na Fórmula 1, para além da Ferrari, correu pela BRM, Porsche (conseguindo a única vitória do construtor na disciplina), Brabham e McLaren.

Quanto à sua passagem pelo nosso país, em 1959 terminou o GP de Portugal na terceira posição, com o Ferrari Dino 246 F1. No ano seguinte, no circuito da Boavista, rubricou o segundo tempo na qualificação, no BRM P25, mas acabou por abandonar.

Em 1966 decidiu criar a sua própria equipa, cem por cento americana, criando talvez o mais belo monolugar da década, o Gurney-Eagle da All American Racers.

Em 1967, no GP da Bélgica, alcançou uma histórica vitória, sendo dos dois pilotos-construtores a vencer uma corrida num F1 com o seu nome. O outro foi Jack Brabham.

Nesse ano, Gurney também venceu as 24 Horas de Le Mans, com o Ford GT40 MkIV, partilhado com A. J. Foyt.

Após o final da sua carreira como piloto, em 1978, Gurney continuou ligado à competição, como construtor e dono de equipa, para além de ser uma presença regular nos eventos de competição históricos.

Morreu ontem na sequência de uma pneumonia, mas o legado que deixou ao desporto automóvel permanecerá bem vivo.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.