Mercedes-Benz 300 SEL 6.3 Pininfarina Coupe, um segredo muito bem guardado

13/04/2022

O Mercedes-Benz 300 SEL 6.3 era a versão de alta performance da berlina, que combinava o motor V8 do maior Mercedes-Benz 600, com a carroçaria do 300 SEL W109. Pouco mais de 6500 unidades foram produzidas, mas ainda assim existe um modelo único e que quase ninguém fala, nem a própria marca.

Tal como o título indica, este Mercedes-Benz 300 SEL 6.3 foi um segredo muito bem guardado por parte de Sérgio Pininfarina. Tudo começou quando um cliente pediu à Mercedes-Benz para construir um 300 SEL 6.3 especial, algo que a marca recusou. Ainda assim, o cliente não baixou os braços, tendo adquirido na mesma um exemplar e enviou-o para Itália, para a Pininfarina atender ao seu pedido.

Os trabalhos no automóvel iniciaram-se em 1969, com a Pininfarina a manter a distância entre eixos e o comprimento originais. As maiores alterações na carroçaria resumem-se ao tejadilho, que foi encurtado, fazendo com o pára-brisas e o vidro traseiro ficassem mais inclinados. Além disso, outras peças da carroçaria são específicas e produzidas à mão. Foi adicionado um friso em ambas as laterais, a grelha da frente e toda a frente do automóvel foram alteradas, tendo bastantes semelhanças com o Ford Galaxie de 1965. Os faróis também foram alterados, tendo originalmente molduras pretas, algo alterado mais recentemente.

O interior foi totalmente alterado, restando apenas o painel de instrumentos do automóvel original, combinando a pele castanha dos estofos com a carpete verde. No entanto, o automóvel tinha um grande problema, que era a entrada de gases de escape para o habitáculo, algo que nunca foi solucionado pela Behr, fabricante do sistema de ventilação.

A mecânica permaneceu inalterada, mantendo o motor V8 M100 de 6,3 litros de cilindrada e com injecção de combustível Bosch, desenvolvendo 250cv. O motor está acoplado a uma caixa automática de quatro velocidades. Para um maior conforto, este automóvel está equipado com suspensão a ar e sistema de fecho central por vácuo.

Sabe-se que este automóvel foi encomendado por um cliente holandês, empresário na área da cerveja, mas até hoje desconhecesse o seu nome, nem mesmo a família quer o seu nome associado ao automóvel. No final dos anos 70 o Mercedes-Benz acabaria por ser vendido, com 65 mil quilómetros, sendo trocado por um Rolls-Royce. Hoje conta com apenas 71 mil quilómetros, pouco andou desde que mudou de mãos. Actualmente está na posse do terceiro proprietário, que também mantém o anonimato.

Este Mercedes-Benz 300 SEL 6.3 Pininfarina Coupe seria produzido em apenas uma unidade, ainda assim o seu design influenciou o do Rolls-Royce Camargue, modelo desenhado também pela Pininfarina e lançado em 1975.