Foram precisos quase três anos para restaurar o Mercedes-Benz 600 S da Presidência da República

21/01/2022

Não se trata de um Mercedes-Benz 600 S (W100) qualquer, mas do veículo da Presidência da República, e a Soc. Com. C. Santos dá a conhecer Agostinho de Azevedo, responsável pelo profundo restauro deste automóvel.

Foram quase três anos para devolver todo o merecido brilho ao imponente veículo. No vídeo acima podemos descobrir mais sobre o restauro, pela voz de Agostinho de Azevedo, o profissional que liderou a equipa que deu uma nova vida a este automóvel.

Lançado em 1963, o Mercedes-Benz 600 S (W100) tinha como destino chefes de Estado e outras figuras públicas. Equipado com motor 6.3 V8 a gasolina, acoplado a uma transmissão automática, o modelo conta com suspensão hidráulica assim como o sistema que regula a posição dos assentos, do vidro que separa motorista e passageiros, assim como portas e tampa da bagageira.

“Este exemplar foi adquirido pelo Estado, em maio de 1966, por 785 mil escudos que hoje em dia reverte, aproximadamente, para quatro mil euros, e é colocada na dependência da Presidência do Conselho de Ministros”, começa por revelar a Soc. Com. C. Santos. Mais tarde, em maio de 1977, foi transferido para a Presidência da República onde esteve ao serviço até meados da década de 90.

Hoje este automóvel faz parte da exposição “O motor da República: os carros dos Presidentes” presente no Museu da Presidência. No entanto, antes de poder ser exposto teve que ser alvo de um profundo restauro pela Soc. Com. C. Santos, onde chegou desmontado e com várias peças armazenadas dentro de caixas, sem qualquer tipo de identificação.

Este restauro teve início em 1998 e só viria a ficar pronto no ano de 2000, foi o primeiro grande desafio de Agostinho de Azevedo que tinha começado, nesse mesmo ano, a sua carreira na Soc. Com. C. Santos.

“Sem dúvida que foi um grande desafio, pelas condições em que a viatura chegou. Seja o melhor orçamentista que possa existir, é sempre muito complicado fazer um orçamento quando as coisas já vêm, enfim, desmontadas”, explica Agostinho de Azevedo, numa entrevista ao histórico concessionário da Mercedes-Benz e smart.

Mas a equipa não esmoreceu e colocou mãos à obra para fazer o orçamento. Contas feitas, chegou-se a um valor para enviar ao Ministério das Finanças de 12 mil contos, cerca de 60 mil euros nos dias de hoje. “Algumas pessoas não acharam muita piada, porque eram valores realmente excessivos e como eu estava há pouco tempo na Soc. Com. C. Santos, tudo se ‘enquadrava’ para que alguma coisa não estivesse bem”, conta o profissional, hoje responsável pela Área de Colisão na empresa.

Na altura, com 28 anos, Agostinho de Azevedo não estranha que houvesse dúvidas relativo ao valor do restauro, ainda por cima numa viatura tão emblemática.

O facto é que a reparação foi feita e a fatura foi emitida três anos depois e ostentava o valor de 11.900 contos. “Portanto, a estimativa, não andava muito longe da realidade”, salienta Agostinho de Azevedo.