O protótipo Aston Martin Bulldog que foi restaurado pela Classic Motor Cars

31/12/2021

O Aston Martin Bulldog, com o nome derivado do avião Scottish Aviation Bulldog utilizado por Alan Curtis, o director da marca na altura, tem o nome de código K9 e o nome de projecto DP K901. O seu desenvolvimento teve como objectivo demonstrar as capacidades do novo, na época, departamento de engenharia da Aston Martin, em Newport Pagnell, assim como ser o automóvel de produção mais rápido do mundo.

O design em cunha do Bulldog foi elaborado por William Towns e a frente tem a forma distinta de ter cinco faróis ao centro, que ficam escondidos. O acesso ao interior é feito através de duas portas de abertura em “asas de gaivota”. No interior, que conta com volante à esquerda, é todo estofado em pele e tem vários botões em LED, tal como o Aston Martin Lagonda.

Este protótipo foi equipado com um motor V8 de 5,3 litros de cilindrada, com injecção electrónica Bosch e dois turbos Garrett, para produzir uma potência de 608cv, mas este motor era capaz de atingir os 710cv em banca de testes e um binário máximo de 678Nm. A Aston Martin declarou que o Bulldog seria capaz de atingir os 381km/h, mas no teste elaborado no Motor Industry Research Association atingiu somente 307km/h. Devido ao seu desenho em cunha, o Bulldog tem um coeficiente aerodinâmico de 0,34.

O projecto do Bulldog foi iniciado em 1976, quando William Towns ficou responsável por desenhar um superdesportivo com motor central. O desenho da suspensão e do chassis tubular foi elaborado por Mike Loasby. Após alguns meses em que o projecto foi posto de parte, o automóvel seria terminado em 1979, com Keith Martin, e a apresentação oficial foi feita a 27 de Março de 1980 no Bell Hotel, na aldeia de Aston Clinton. A intenção principal da marca britânica era a produção de 15 a 25 exemplares do Bulldog, no entanto, quando Victor Gauntlett passou a ser o presidente da empresa, este decidiu cancelar o projecto por ser muito dispendioso e a Aston Martin não tinha os recursos necessários.

Em 1984, o único protótipo produzido foi vendido a um coleccionador do Médio Oriente, que adicionou dois espelhos retrovisores e câmaras traseiras, posteriormente foi vendido a um coleccionador norte americano. Voltou para a zona do Médio Oriente até ser colocado à venda no Reino Unido, já pintado de verde, ao contrário da cor cinzento original e o interior também foi alterado de castanho para bege claro.

Agora está na posse de um coleccionador do Texas, Philip Sarofim, que efectuou um extensivo restauro na Classic Motor Cars, de Bridgnorth, em Shropshire, no Reino Unido. A CMC restaurou por completo o automóvel para as suas especificações originais, incluindo a cor exterior e interior. Foram elaborados alguns melhoramentos, como o sistema de refrigeração e os turbos que foram substituídos por uns mais recentes, com refrigeração líquida.

A CMC trabalhou em conjunto com envolvidos no projecto inicial, como Keith Martin e David Morgan, assim como Lizzie Carris, esposa do designer William Towns. O projecto de restauro durou 18 meses, mesmo com todas as complicações inerentes.

Para Richard Gauntlett, filho de Victor Gauntlett, com este projecto conseguiu cumprir um sonho, pois nunca tinha estado, ao vivo, com o protótipo, mas sempre sonhou com ele devido a um poster que estava no escritório do pai. O objectivo de Richard é fazer com que o Bulldog cumpra com o seu grande objectivo para que foi desenvolvido, que era de ultrapassar as 200mph, ou seja, os 320km/h.